O conceito de Economia Criativa surge em 1994, em decorrência do estímulo a um movimento em prol do desenvolvimento social humano australiano, por meio dos pensamentos transmitidos pelo então primeiro-ministro do país, Paul Keating, que formatou um conjunto de políticas públicas baseadas na produção cultural e artística.
por Andrea Nakane*
A prática dos atributos relacionados a essa exponencial configuração não foi percebida com a devida intensidade no país de sua origem, tendo a Inglaterra, posteriormente, de forma muito sagaz e metódica desenvolvido premissas estruturais que possibilitaram sua aderência e propulsão social, evidenciando, assim uma nova ordem econômica que galgou o mundo.
As especificidades da Economia Criativa incluem respostas concretas as demandas de maior vulnerabilidade do atual estágio evolutivo da humanidade, entre as quais estão a busca do equilíbrio high tech com o high touch, valorizando o capital intelectual e seu processo criativo, de forma mais responsável, com menor impacto ambiental, muito mais inclusiva e sobretudo, experencial, no sentido de trabalhar com sensações e emoções, que projetam desejos, bem estar e memórias prazerosas.
Diversos setores ativos da economia, já estão se rendendo as perspectivas vinculadas ao exercício da Economia Criativa, apresentando inovações e projetos de impactos que chamam a atenção do público e os conduzem ao seu consumo.
O Turismo é um desses eixos, que com notoriedade sustenta em seu portfólio setores como total alinhamento ao desenvolvimento da Economia Criativa, como o Patrimônio Histórico, Manifestações Culturais, Gastronomia, Eventos e Artesanato.
O que percebemos no Brasil é a ausência de uma visão estratégica que integre e incentive, de forma não genérica, a Economia Criativa e o Turismo.
Os projetos, atualmente, frutos dessa associação são ainda isolados, sem um relevante mapeamento de seus resultados e possíveis boas práticas inspiradoras.
Riqueza Bruta
Temos, então, uma riqueza bruta em nossas mãos, porém, sem conhecimentos plenos de como extrair a maximização de sua produtividade.
E nesse caso, há todo sentido na figuração de sermos um “gigante adormecido”. Já passou e muito da hora, de ser despertado. Precisamos de celeridade, tendo em vista que nos âmbitos do desenvolvimento econômico e social, os benefícios seriam latentes e já foram conquistados por outras nações.
Ao analisar programas de governo dos candidatos à presidência da República, mais uma vez, é constatado a total ignorância com relação a Economia Criativa e o Turismo.
Fato que demonstra nosso retardamento global e que será refletido, na continuidade letárgica e insensível dos gestores públicos.
Para que o sucesso das Parcerias Públicos Privadas seja concreto, ambos os lados devem estar “acordados”. Se um deles estiver em estado de sonolência profunda, o panorama continuará sendo muito inferior as perspectivas conspícuas e extraordinárias vinculadas a essa dupla dinâmica, poderosa e valorosa.
Acorda, Brasil!
Vamos fazer nosso papel e chacoalhar essa inércia com debates e reflexões, o que pode gerar um lobby social e dessa maneira vislumbrar algum horizonte, mais criativo e feliz!
*Andrea Nakane é educadora, empreendedora e sócia da empresa Mestres da Hospitalidade
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