OUÇA: No início de 1977, o Brasil tentou unir as ditaduras do Cone Sul, contra a política de defesa dos direitos humanos, que acabava de ser implementada pelo então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.
Quem conta a história é Robert Pastor, na época membro do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
O documento está entre os 1.081 arquivos secretos do governo norte-americano, desclassificados a pedido da Argentina.
A promessa de torná-los públicos foi feita pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em março passado.
Ele visitou a Argentina justmaente no aniversário de 40 do golpe militar de 1976.
Os arquivos desclassificados estarão a disposição do público, na internet, a partir desta semana. Eles abrangem o período entre 1977 e 1980.
Os documentos podem ser usados como prova no julgamento dos crimes da ditadura argentina. Entre 1976 e 1983, milhares de adversários dos militares foram sequestrados, torturados e assassinados.
Mas os arquivos também expõem a visão do governo norte-americano em relação às ditaduras dos paises vizinhos da Argentina, entre eles o Brasil.
Num dos documentos, Pastor fala do fracasso da iniciativa brasileira de tentar unir os ditadores do Cone Sul, contra a politica de defesa dos direitos humanos impelmentada por Carter.
Segundo ele, o bloco incluiria, além do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. No entanto, ela nunca funcionou porque os ditadores desconfiavam uns dos outros.
Pastor descreve o Brasil, a Argentina e o Chile como países grandes. Ele destaca, entretanto, que esses países tinham governos ultraconservadores, cuja visão limitada, alimentava disputas mesquinhas. Citou, por exemplo, a briga entre brasileiros e argentinos, por causa da construção de hidrelétricas na fronteira com o Paraguai.
Mônica Yanakiew
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