De mostra de cinema a espetáculos de teatro, a programação esquenta

A segunda mostra Mulheres, Câmeras e Telas movimenta a programação da Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). Além de exibir filmes dirigidos por cineastas, o evento promove encontros com profissionais do cinema brasileiro. O espaço cultural paulistano também oferece novas sessões do filme Roma, de Alfonso Cuarón, vencedor dos Oscar de filme estrangeiro, fotografia e direção. Já no Rio de Janeiro, a Funarte apresenta cinco novos espetáculos, incluindo a segunda edição do Rio Pole Fest, um festival aberto a todas as escolas de pole do país que queiram mostrar o seu trabalho e o seu estilo de dança. Confira a programação completa abaixo:

 

Cinemateca Brasileira

Roma na Cinemateca

17 e 24/3 – 20h

Endereço: Cinemateca Brasileira – Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – São Paulo (SP)

Devido ao grande sucesso, Roma terá novas sessões na Cinemateca. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e dos Oscar de filme estrangeiro, fotografia e direção, o filme dirigido por Alfonso Cuarón foi grande destaque na temporada de premiações. As novas sessões acontecem nos domingos, dias 17 e 24 de março, sempre às 20h. Sinopse: Cidade do México, 1970. A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher (Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.

 

2ª edição do Mulheres, Câmeras e Telas

Até 31/3

Endereço: Cinemateca Brasileira – Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – São Paulo (SP)

Destaque da programação do ano passado da Cinemateca Brasileira, a Mostra Mulheres, câmeras e telas chega à sua segunda edição. Importante ação de difusão da instituição, contempla ações de formação e reflexão, como a mostra de filmes – que possibilita novas leituras da historiografia do cinema – e encontros com realizadoras e profissionais do cinema brasileiro. No dia 23, sábado, após a sessão de Hotel Atlântico (2009), a mesa Imagens por mulheres reúne profissionais de diferentes atividades no cinema para uma conversa aberta ao público: a cineasta e roteirista Suzana Amaral, diretora do longa-metragem, Cristina Amaral, uma das mais importantes montadoras do cinema brasileiro, Carmen Genaro, projecionista da Cinemateca, e Flora Dias, cineasta, fotógrafa e integrante do DAFB (Coletivo das Diretoras de Fotografia do Brasil). Toda a programação tem entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria uma hora antes de cada sessão, sujeito à lotação das salas.

 

 

Fundação Casa de Rui Barbosa

Mostra Rui, sua casa e seus livros: o homem e sua biblioteca

Até 4/4

Endereço: Fundação Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente 134 – Rio de Janeiro (RJ)

O Museu Casa de Rui Barbosa promove a mostra ‘Rui, sua casa e seus livros: o homem e a sua biblioteca’. O roteiro temático tem como objetivo buscar o diálogo entre o acervo, o espaço e o personagem. A entrada franca.

 

 

Instituto Brasileiro de Museus

Exposição Uma Nova Música Antiga

Até 31/3

Endereço: Museu Solar Monjardim – Avenida Paulino Müller – Vitória (ES)

Realizada em parceria com o grupo A Trupe Barroca, a exposição exibe instrumentos musicais originais com quase 300 anos de idade, além de réplicas fiéis, que testemunham a história da música erudita no Brasil. Entre as preciosidades que o visitante encontrará na exposição destacam-se um violino de 1820 que pertenceu à família da Princesa Isabel e um cravo em cuja tampa está pintada uma cena da Baía de Vitória no século XVIII.

 

 

Mostra Três Momentos da Pintura de Paisagem no Brasil

Até 31/5

Endereço: Museu Nacional de Belas Artes – Avenida Rio Branco, 199 – Cinelândia, Rio de Janeiro (RJ)

A mostra “Três momentos da Pintura de Paisagem no Brasil” aborda a evolução da prática da paisagem no Brasil. São 36 obras provenientes do acervo do MNBA e da Pinacoteca Barão de Santo Angelo, ligada ao Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que exibem “paisagens puras”, não tendo sido selecionadas paisagens urbanas ou marinhas. Algumas dessas obras não são expostas ao público há décadas. A mostra é dividida em três módulos e percorre um panorama conciso do exercício da pintura de paisagem no Brasil por artistas brasileiros, estrangeiros radicados no Brasil ou, ao menos, aqui ativos desde meados do século XIX até os anos iniciais do século XX. A partir das décadas de 1920 e 1930, a pintura brasileira enveredaria por novos rumos, poucos favoráveis ao desenvolvimento da paisagem como gênero. As visitações são de terça a sexta, das 10h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h.

 

 

Mostra O desenho de Lasar Segall

Até 17/6 – quarta a segunda-feira,das 11h às 19h

Endereço: Museu Lagar Segall – Rua Berta, 111 – São Paulo (SP)

Com curadoria de Giancarlo Hannud, diretor do museu, a mostra “O desenho de Lasar Segall” traz 54 desenhos dos mais de 2,4 mil que integram o acervo da instituição, revelando a inesgotável riqueza expressiva e técnica de sua produção.

 

 

Fundação Nacional de Artes (Funarte)

Espetáculo Asikatali – Não é tarde demais

15 e 17/3 – 20h (quinta e sexta) e 19h (domingo)

Endereço: Funarte MG – Rua Januária, 68, Belo Horizonte (MG)

A peça foi criada pela Cia Badetes de Teatro, formada por ex-alunos do Curso de Aprofundamento em Teatro, da Escola Livre de Artes – Projeto Arena Cultural e tem como ponto de partida o desejo dos integrantes de estimular a esperança em dias melhores. Os ingressos são a preços populares de R$ 15 (inteira), R$ 7 (meia-entrada) e R$ 5 (para estudantes de teatro).

Na criação do enredo de Asikatali – Não é tarde demais, os atores da Cia Badetes de Teatro partiram de questões levantadas pelo próprio grupo sobre o sistema no qual estão inseridos, nas relações de poder e, consequentemente, no resultado de tudo isso. Através dos efeitos gerados, os envolvidos têm suas vidas afetadas de alguma forma. Tais crises e o impacto nas relações são abordados tanto no aspecto macro, no qual o sujeito aparece como integrante de um grupo social, quanto no micro, onde se avalia o aspecto individual e cotidiano. A esperança é o tema principal do espetáculo que, com leves toques de humor, tem o intuito de promover a reflexão e a perspectiva de que ainda há tempo e possibilidade de trilhar caminhos mais positivos para o futuro.

 

 

2ª edição do Rio Pole Fest

15 a 17/3 – 19h (sexta e sábado) e 17h (domingo)

Endereço: Teatro Cacilda Becker – Rua do Catete, 338, Rio de Janeiro (RJ)

O Rio Pole Fest surgiu do desejo de divulgar e incluir a modalidade do pole dance no cenário artístico e cultural da cidade do Rio de Janeiro. O festival é aberto a todas as escolas de pole do país que queiram mostrar o seu trabalho e o seu estilo de dança. E, ainda, possibilitar que alunos e artistas tenham contato com o palco sem que estejam sendo julgados, num espaço livre, em que somente a expressão artística é o que importa.

A segunda edição do evento repete o mesmo feito da temporada anterior, realizada em 2018: a apresentação de artistas vindos de cinco estados do Brasil. Normalmente, as apresentações dessa modalidade acontecem em campeonatos, submetidas a regras, estilos e obrigatoriedade de movimentos executados. Os ingressos custam R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia-entrada). Também é aceito o pagamento de R$ 45 (meia solidária) para as pessoas que não possuam documento comprobatório, mediante a doação de 1k de alimento não perecível.

 

 

 

 

Através de diferentes linguagens, o espetáculo infantil O Pequeno Príncipe Preto aborda a valorização da cultura negra e da diversidade (Foto: Rodrigo Menezes)

Espetáculo O Pequeno Príncipe Preto

De 16 a 30/3 – 16h (sábado e domingo)

Endereço: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara, 17, Rio de Janeiro (RJ)

Com texto e direção de Rodrigo França, a montagem conta a história de um príncipe que percorre vários planetas com a missão de plantar as sementes da empatia, amor, respeito, coletividade, generosidade e aprendizado familiar. Os ingressos são a preços populares de R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). A peça traz aos palcos um personagem negro, como condutor da narrativa, para propor a quebra de paradigma e contribuir para a reflexão acerca da hierarquia da cultura afro. Através de diferentes linguagens, o infantil exalta a valorização da cultura negra e retrata o quanto é bonita a diversidade de cada povo.

 

 

Espetáculo Boca de Ferro

20 e 21/3 – 20h

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos – São Paulo (SP)

O espetáculo apresenta uma performance do paraense Ícaro dos Passos Gaya, que utiliza os princípios de apropriação e alteração em cena, agregando referências diversas ao trabalho, como a música tecnobrega – gênero que mescla as sonoridades caribenhas e as músicas populares. As coreógrafas Marcela Levi e Lucía Russo também se inspiram nos textos O Inferno (do livro A Divina Comédia), de Dante Alighieri, e Macunaíma, de Mário de Andrade, no universo trans e até mesmo em memes de internet. No solo, “o corpo do performer é suor, transtornado por sons díspares, descolado da afirmação de identidade”, afirmam os produtores. Boca de Ferro, título da montagem, é como eram chamados os alto-falantes no Pará, nos anos 1950.

 

Espetáculo Modum

22 a 24/3 – 19h (sexta e sábado) e 18h (domingo)

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos – São Paulo (SP)

A palavra modum, em latim, significa método. O espetáculo consiste em levar para os palcos a metodologia de treinos direcionados, desenvolvida pelo coreógrafo Hugo Campos. A maior parte da peça é improvisada, o que faz com que cada sessão seja uma “surpresa” para o público e o intérprete. A Cia Underground Vibrations adota como base a dança House, criada nos anos 1980 em clubes dos Estados Unidos. Mas, no espetáculo Modum, a companhia segue uma linguagem mais contemporânea, mesclada a elementos da cultura brasileira.

 

 

Exposição Dupla Face

Até 24/3 – 10h30 às 19h (terça a domingo)

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos – São Paulo (SP)

Com curadoria de Maria Eugenia Cordero, a mostra apresenta 33 esculturas de Pallardó, que, além de artista visual, é também ator de teatro e integrante do coletivo paulistano Cia da Vértebra. Os trabalhos permitem vislumbrar algo do seu processo de criação, uma conjugação dessas duas faces de sua expressão artística.

 

Espetáculo Poética do Cotidiano

Até 27/3, às 20h (quartas)

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058  – Campos Elíseos, São Paulo (SP)

A peça é resultado da oficina O Século de Stanislavski, projeto contemplado no programa Laboratório da Cena Funarte 2018. Os ingressos são vendidos na modalidade “pague quanto puder”. Coordenado por Dirce Thomaz, Edson Caeiro e Geraldo Fernandes, o trabalho reúne cenas sobre temas diversos, que refletem as angústias do ser humano, sua relação com a realidade, os desejos e os sonhos e seu contato com o outro. As questões – abordadas pelas perspectivas do naturalismo, realismo e simbolismo – transitam pelos campos político, social e espiritual.

 

Espetáculo Escuta-me

Até 31/3, às 20h30 (sexta e sábado) e às 19h (domingo)

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo (SP)

O enredo da peça trata de uma ex-atriz que, para resgatar sua memória, volta ao teatro onde viveu seu sucesso e também seu infortúnio. Numa encenação ora realista ora de caráter mais subjetivo, a personagem tem dificuldade em distinguir o real do imaginado. No centro das lembranças da personagem estão os ensaios da peça Casa de Bonecas, de Ibsen. As atrizes dos ensaios, entre elas a protagonista de Escuta-me, formam um triângulo amoroso com o diretor, que passa a cometer uma série de abusos e manipulações, rememorados pela ex-atriz em meio a delírios e à confusão de passado e presente.

 

 

Espetáculo Mau Lugar

Até 31/3, às 20h (sexta e sábado) e às 19h (domingo)

Endereço: Teatro de Arena Eugênio Kusnet – Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – São Paulo (SP)

Na peça, uma cidade é atingida por uma onda de suicídios. Controlado por grandes corporações, o Estado reage, tornando o suicídio um crime hediondo: os familiares dos suicidas passam a sofrer punições violentas. A protagonista Lúcia é uma gerente de fábrica que tem sua vida transformada depois do suicídio de sua filha.

O ponto de partida da peça é a imaginação de uma sociedade distópica, tão opressiva que o suicídio passa a ser um gesto coletivo. Em geral visto como uma decisão íntima, ele se torna também um ato de resistência coletiva diante de uma situação de opressão extrema, intolerância e falta de perspectivas.

Também faz parte da programação uma série de debates sobre o tema principal da montagem, chamada Diálogos sobre o suicídio. As conversas ocorrem todos os domingos da temporada, depois da apresentação. Além desse tema, também vai ser discutida a importância histórica do Teatro de Arena Eugênio Kusnet.

 

Exposição Raízes

Até 7/4, das 10h às 18h (terça a sexta) e das 14h às 21h (sábados e domingos)

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo (SP)

Raízes é um projeto artístico que dialoga com as culturas ancestrais e suas vertentes contemporâneas. Por meio de desenhos, pinturas e um mural, Ju Costa exalta a diversidade e a singularidade das expressões artísticas de povos de matrizes africanas e indígenas, que acreditam no equilíbrio da natureza e valorizam suas raízes sociais. A artista representa a riqueza cultural e a pluralidade racial brasileiras.

Mais informações

 

Exposição Estar no mundo, sem ser do mundo

Até 7/4, das 10h às 18h (terças a sextas) e das 14h às 21h (sábados e domingos)

Endereço: Funarte SP, Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo (SP)

Estar no mundo, sem ser do mundo apresenta 12 pinturas inéditas, resultado de uma pesquisa realizada por Maíse Couto entre 2017 e 2018. As obras são fruto de uma imersão da artista em suas questões pessoais e do enfrentamento da rotina solitária e silenciosa do ateliê. As paisagens – que atravessam as fronteiras entre figuração e abstração – em geral são habitadas por uma criança inspirada nos retratos de sua filha. O símbolo personifica sua própria imagem infantil, em espaços indefinidos, em situações e ações que revelam resquícios de lembranças e imaginação.

 

Espetáculo Ariano – O Cavaleiro Sertanejo

Até 14/4, às 19h (de domingo a domingo)

Endereço: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara, 17, Rio de Janeiro (RJ)

A peça é uma viagem ao universo nordestino, por meio de alguns ícones da sua cultura, como o cancioneiro, o sertanejo, o repente, o forró, o mamulengo e o Movimento Armorial — idealizado e dirigido por Ariano Suassuna. O objetivo do Movimento é o de valorizar a cultura popular do Nordeste, criando uma espécie de arte brasileira erudita a partir das raízes da cultura do país. No espetáculo, seis cavaleiros saem à procura de Suassuna. Invadem a cidade nordestina de Armorial munidos de muita música, amor e poesia. Eles cantam e contam a lenda do cavaleiro nordestino. “Aquele que nasceu, amou, viveu e lutou, usando as armas mais potentes: a pena e a tinta”. O cavaleiro andante, de mistérios e mitos deixou seu legado e perpetuou suas histórias, sendo intitulado Ariano – O Cavaleiro Sertanejo.

 

 

Fundação Biblioteca Nacional

Exposição 1808 –1818: A construção do reino do Brasil

Até 29/3 – 12h às 16h30 (segunda), 10h às 16h30 (terça a sexta)

Endereço: Espaço Cultural Eliseu Visconti – Rua México S/N – Rio de Janeiro(RJ)

A exposição reflete sobre a época joanina, período que começa com a chegada da corte portuguesa em 1808 e, logo em seguida, pela abertura dos portos brasileiros às nações unidas e termina com a coroação do príncipe regente D. João. Deixando para trás uma Europa conflagrada, D. João passou a reinar na cidade do Rio de Janeiro, que se transformou na cabeça do Império Ultramarino. A instalação da corte no Brasil promoveu a quebra do chamado“pacto colonial”, abrindo os portos para as nações amigas.

Artistas, viajantes e naturalistas foram autorizados a conhecer e a registrar a paisagem tropical. Foram 10 anos que transformaram o Brasil, quando foram fundados o Banco do Brasil, a Imprensa Régia, o Jardim Botânico, a Biblioteca Real, atual Biblioteca Nacional, as academias Real dos Guardas Marinhas e Real Militar e a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.

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