Dança Contemporânea chega ao Municipal

 

 

A dança contemporânea do Rio vai ganhar um espaço de ouro. O Teatro Municipal lançou esta semana o projeto Domingo Contemporâneo no Municipal, que, a partir do dia 24 deste mês, vai levar companhias cariocas ao palco mais tradicional da cidade. Além do prestígio do teatro, os bailarinos poderão alcançar uma platéia rara, pois o programa fará parte da série Domingo no Municipal, que desde 2002 acolhe apresentações — até então apenas de balé clássico e concertos — a R$ 1, sempre às 11h.

 

— Queremos democratizar a dança contemporânea, atingindo um público que não está habituado a esses espetáculos — diz a coreógrafa Lia Rodrigues, que criou o projeto com o também coreógrafo João Saldanha. — Essa abertura é inédita no Teatro Municipal, que em geral recebe apenas grupos estrangeiros de dança contemporânea, apesar de ela ser bem diversificada no Rio — comemora ela, torcendo para que o projeto alcance as cerca de duas mil pessoas que têm comparecido à série.

 

Essa diversificação foi uma preocupação da curadoria, dos críticos de dança Silvia Soter e Roberto Pereira e do diretor artístico do corpo de baile do Municipal, Fauzi Mansur. Dois espetáculos de João Saldanha, interpretados pelo Ateliê de Coreografia, vão estrear a programação no dia 24: “Eles assistem e eu danço — Estudo para Mônica Burity” e “Soma”, ambos deste ano.

 

— A idéia é levar criadores que nunca estiveram no Municipal, o palco mais importante e emocionante da cidade — conta Silvia Soter.

 

Panorama da dança carioca desde 1996

 

Dia 29 de maio, a Staccato Dança Contemporânea vai apresentar “Coreografismos”, de Paulo Caldas, um dos sucessos do ano passado. Em 26 de junho, a Cia. Ana Vitória Dança Contemporânea mostrará um pouco de sua trajetória, apresentando um trabalho de 2002, “Corpo provisório”, e outro de 1996, “Valises”. No mesmo dia a Esther Weitzman Cia. de Dança vai dançar “Terras”, coreografia de 1999 que aborda o tema do exílio.

 

— Tivemos o cuidado de escolher não apenas o quê mas também como mostrar a dança contemporânea. Não à toa Ana Vitória e Esther Weitzman se apresentarão no mesmo dia, pois ambas discutem precisão e ritmo. Além disso, há o contraste de “Terras”, que fala do coletivo, e do solo “Valises”, de Ana Vitória. Isso é importante para um público que está educando o olhar — explica Silvia.

 

Fechando o primeiro semestre do Domingo Contemporâneo no Municipal, a Márcia Milhazes Cia. de Dança vai interpretar, no dia 31 de julho, o elogiado “Tempo de verão”, do ano passado. Os espetáculos do restante do ano ainda não foram definidos, mas os curadores não descartam a possibilidade de incluir companhias do interior do estado na programação.

 

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