Cultura-Governo: Marta anuncia R$ 70 mi para Biblioteca Nacional, mas critica prazo da obra

Em visita à Biblioteca Nacional na tarde de hoje, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, anunciou que a instituição receberá um investimento de R$ 70 milhões em obras de engenharia e restauração de seu prédio sede e do anexo, no Rio.

 

“São verbas para recuperação da biblioteca, que já fez algumas reformas básicas no que era mais necessário, para impedir qualquer catástrofe”, disse a ministra.

 

O edifício secular da biblioteca, tombado pelo Iphan, vem enfrentando diversos problemas que põem em risco seu acervo histórico, como vazamentos de ar condicionado, infiltrações, má conservação e ocupação acima da capacidade. Os funcionários organizaram um protesto no mês passado para denunciar as más condições de trabalho e de segurança na instituição, e entregaram à ministra uma carta com suas principais queixas.

 

Após reunir-se com Galeno Amorim, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marta disse que, apesar de as obras emergenciais já estarem em andamento, as reformas nas quais serão investidos os R$ 70 milhões “vão demorar um pouco” –algumas, como o restauro do telhado e das claraboias (para evitar as constantes infiltrações de água da chuva), devem ser iniciadas em 60 dias; outras, apenas em 2013. O prazo de conclusão é 2015.

 

“Não é problema de recurso, é de execução dentro do prédio. Achei o prazo, até 2015, um pouco longo, fiquei de dar uma olhada para ver se consigo encurtar. Não conheço a parte burocrática, vou ver se isso realmente faz sentido ou se tem a possibilidade de ser mais rápido, porque acho um pouco longo esse prazo.”

 

Marta também afirmou não ter conversado com o presidente da biblioteca sobre questões salariais e a evasão de servidores, “mas possivelmente deve existir a mesma necessidade dos outros órgãos públicos que eu estou visitando. Isso não foi mencionado porque não era o mais premente aqui.”

 

Depois da visita à biblioteca, a ministra seguiu para um encontro com a deputada federal Jandira Feghali e com um grupo de artistas, como Fernanda Abreu, Ivan Lins e Roberto Frejat, para discutir temas como o direito autoral e a atuação do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

 

“Já tenho uma certa desconfiança de para onde vou caminhar, mas tenho de ouvir primeiro. Hoje vou ouvir os artistas, depois ouvirei o Ecad, mais artistas, gente favorável ao Ecad. Isso é muito sério. A gente tem de ter consciência de que o autor tem de viver de sua obra e que estamos vivendo a contemporaneidade da internet, que não tem volta. Como compatibilizar essas duas coisas essenciais, com uma cabeça nova, que proteja o autor, mas que [saiba que] o mundo mudou, eu não tenho resposta. Tenho que escutar até ver se a gente consegue ter uma brilhante ideia que seja o máximo possível de consenso. Mas não vai ser rápido.”

 

Encerrando sua agenda no Rio, que começou com uma visita à Casa de Rui Barbosa na manhã de hoje, a ministra participará da sessão de abertura do Festival do Rio de cinema, à noite.

 

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