O mundo do samba cresceu muito nos últimos anos, em todos os sentidos. Cresceu em número de componentes, na qualidade das quadras, na apresentação de eventos durante o ano, sem contar na sua meta primordial que são os desfiles carnavalescos, hoje considerados o maior espetáculo do mundo, tanto em número de componentes, em visual, quanto em tempo de apresentação, mantida em quatro dias seguidos.
Com todo esse crescimento, a atenção deve ser redobrada para que as escolas não percam suas raízes, a cultura e as tradições, que por tantos anos souberam salvaguardar. A maior atenção de cada agremiação hoje deve ser voltada para a nossa geração, a juventude, que está entrando e participando nas escolas, ou porque gosta do samba, ou porque gosta das escolas que muitas vezes estão em seus bairros; e acaba gostando do ambiente.
É obrigação das escolas transmitirem todo o seu conhecimento a esses jovens participantes para que eles, além do atrativo que é o samba, permaneçam nas quadras, sabendo pelo menos o porquê a escola existe, e o porquê do seu pavilhão.
Infelizmente vemos hoje até diretores ou chefes de alas, que não conhecem nem a história da sua entidade…e se julgam grandes sambistas. Mas, se analisarmos bem esse fato, vamos ver que as informações transmitidas aos mais jovens são muito poucas. Mesmo os departamentos culturais mantidos pelas entidades estão mais preocupados em pesquisar novos enredos e preparar o Carnaval do que em reunir os sambistas mais inexperientes e passar as tradições que sustentam cada entidade.
Um exemplo de que os jovens sambistas buscam o saber foi o que aconteceu no dia 23 de setembro, na quadra da escola de samba Império da Casa Verde. Um pequeno grupo de harmonias, cada um pertencendo a uma determinada agremiação, teve a idéia de programar um encontro e convidar todos os harmonias das escolas paulistanas e imprensa, e organizar um Simpósio.
Para tanto foram convidados sambistas respeitados no meio do samba, pesquisadores e carnavalescos, cujo foco principal era “harmonia: ontem, hoje e sempre”, para que cada um na sua palestra levasse informações precisas sobre o tema. No decorrer do evento, foram levantados pelos palestrantes procedimentos e fatos históricos que muito contribuíram para um bom resultado desse trabalho.
Percebemos claramente o quanto esse encontro foi útil, o quanto ele ajudou os presentes. As horas passaram sem que os presentes sentissem vontade de ir embora, muito pelo ao contrário, sentia-se aquele gostinho de “eu quero mais”.
A esse grupo organizador do Simpósio, devemos dar nossos parabéns. Que essa chama do saber se fortaleça, realizando novos encontros com novos assuntos, procurando divulgar cada vez mais a cultura sambística.
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