O Instituto Cultural América (Inca) abriu o período de inscrições para cursos do projeto “Formação de rede de agentes culturais comunitários”, para os bairros da região Sul de Cuiabá que abrange 78 localidades. Os cursos são de Instrumentos Alternativos – este com inscrições abertas no CRAS do Pedra 90 – já os demais: Dança, Agentes Culturais e Audiovisual; as inscrições podem ser feitas na União Cuiabana de Associação de Moradores (Ucam). Com a parceria o Inca pretende fortalecer ainda mais o projeto. Assim, além dos cursos, visa ampliar a oferta de atividades culturais na região Sul com a instalação, na sede da Ucam, a partir da próxima semana, todos os sábados às 18h, o Cine Inca. As sessões serão gratuitas e abertas a toda a comunidade.
A parceria é do Ministério da Cultura e governo do Estado através da Secretaria de Estado de Cultura, Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs) e UCAM. Contudo o Instituto ainda busca apoio da iniciativa privada para instalar na região Sul , em breve, cursos de: Teatro, Coral, Orquestra de Instrumentos Alternativos e Balé Clássico. As inscrições podem ser feitas nos locais dos cursos ou pelo blog www.culturadigital.br/inca . Dúvidas e mais informações podem ser obtidas pelos e-mails pontodeculturainca@gmail.com e inca_01@terra.com.br ou pelo telefone: (65) 3624-4372 (Inca) e 3661-0563 (Ucam).
A produtora cultural e coordenadora do Ponto de Cultura Inca, Cybelle Bussiki, explica que podem se inscrever nos cursos pessoas a partir de 16 anos. “Como a duração é de dois anos estes já serão maiores de idade quando o projeto terminar e poderão ter condições de assinar captação de projetos”, alega. Há que se lembrar que este não é apenas mais um projeto de capacitação, conforme aponta Bussiki. O curso tem como objetivo principal formar 30 agentes culturais comunitários nos bairros pertencentes àquela região que passarão por uma formação em produção e gestão cultural visando o fortalecimento da cultura local e, consequentemente, a mato-grossense. “Com a formação é possível vislumbrar um projeto ou uma apresentação com todas as modalidades culturais para grandes eventos como a abertura da Copa de 2014 em Cuiabá, por exemplo”, enfatiza.
A proposta teve grande aceitação dos presidentes de bairros presentes à reunião de apresentação do projeto na última semana na Ucam. Ao falar sobre os produtos que podem sair do projeto com a profissionalização do trabalho local a coordenadora foi bastante aplaudida. Bussiki argumenta que os agentes formados pelo projeto atuarão em rede realizando juntamente com o Inca as seguintes etapas de execução do projeto: Levantamento dos bens culturais dos bairros da região sul; de espaços com potencial para a realização e fomento de eventos culturais e exposição de produtos produzidos pela comunidade; realização de eventos e mostras dos produtos culturais da região em que atuam criando oportunidade de circulação e fomento a produção cultural para, assim, atuar junto com a economia local na captação de recursos para a viabilização destas ações.
Também vão atuar na produção e manutenção de oficinas permanentes de cultura como: dança, música e agentes de cinema; formação de grupos artísticos e culturais, formalização e gestão; idealização e implantação de projetos de Pontos de Cultura para a região.
Dentre as ações a serem feitas pelos futuros agentes, conforme prevê o projeto elaborado pela produtora cultural e presidente do Inca, Keiko Okamura, está a Difusão, que ficará por conta da circulação da produção cultural de cada região que estará inserida na rede formada pelos bairros do Pólo Sul como forma de troca de experiência. “Com esta ação será formado público para a produção cultural regional e criadas oportunidades de divulgação destas ações oportunizando o investimento da iniciativa privada visando a ampliação do projeto e também sua sustentabilidade”, garante Okamura.
Ainda dentro da proposta, diz Bussiki, será realizada a capacitação e formação de grupos de dança contemporânea, de música, teatro e de agentes de cinema com os jovens e as crianças dos pólos, buscando realizar um trabalho associado com a escola colaborando para a construção de um conhecimento reflexivo e sensível por meio da cultura. A ideia é, assim, trabalhar a identidade cultural destas crianças. “A formação destes grupos visa também o resgate social e cidadão para que os mesmos não façam parte de grupos de risco”, ressalta.
Além de formação o projeto será uma porta para o mapeamento cultural da região ao identificar artistas e a produção local. Esses artistas serão divulgados e a produção comercializada, bem como a organização de exposições e apresentações culturais pelos agentes formados.
O Inca é uma Organização Social sem fins lucrativos e tem como uma de suas atividades principais, desde 2004, a organização do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá. O Instituto incorporou em seu currículo a herança trazida com o Festival, propondo novas atividades de longa duração, como o projeto ADECINES – Agentes para o Desenvolvimento do Cinema nas Escolas, que em 2006 treinou 16 alunos de escolas públicas da Rede Estadual de Ensino para trabalhar com o cinema e vídeo no ambiente escolar. De lá para cá o Instituto tem ampliado as ações do Festival tanto no espaço territorial mato-grossense, como no tempo, através de uma ação contínua e distribuída ao longo do ano, o que evidencia o seu compromisso como agente de desenvolvimento do audiovisual na região.
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