A tradicional arte de tecer manualmente redes deve fazer parte do Patrimônio Cultural de Mato Grosso. As redeiras – como são conhecidas estas artesãs – expõem uma técnica centenária de tear belas peças que são conhecidas nacionalmente e em vários outros países.
Conhecedor e admirador dos trabalhos das redeiras, o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Savi (PR), apresentou um projeto de Lei que declara integrante do Patrimônio Cultural a Centenária Técnica de Confecção Artesanal das Redes Mato-grossenses.
A comunidade de Limpo Grande, zona rural de Várzea Grande, é uma referência nesta arte na Baixada Cuiabana. São dezenas de mulheres que se dividem entre as atividades domésticas e a arte de tecer redes, que é passada de geração para geração, sobretudo, de mãe para filha.
Mesmo conseguindo ultrapassar – ainda que timidamente – os limites do Brasil, as redeiras não têm o devido reconhecimento do seu trabalho. A divulgação tem sido feita mais pelos registros jornalísticos.
São as redeiras também as responsáveis por divulgar a fauna pantaneira e outros temas da cultura mato-grossense nos seus desenhos manuais. Cada profissional leva em média, com uma árdua jornada diária, dois meses para confeccionar uma rede.
“A centenária técnica de confecção artesanal das nossas redes é preservada num ir e vir de fios que bordam tuiuiús, araras, violas, tucanos, peixes, cajus entre outras figuras típicas do Estado”, argumenta o parlamentar.
O deputado cita ainda que a arte é pouco valorizada em Mato Grosso, porém admirada pelos turistas, principalmente os estrangeiros. Por isso, o republicano quer acautelar a tradição, que fomenta a economia de várias famílias da região.
Para apresentar o projeto de Lei, Savi recorreu a Constituição Federal que no seu artigo 216 especifica ser patrimônio cultural os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
Neste item, constituem o patrimônio cultural, as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas, incluindo, assim, as atividades das redeiras mato-grossenses.
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