Como reinventar a produção cultural em tempos de crise

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No Seminário do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) ocorrido nesta segunda-feira (31) na Bienal da União Nacional dos Estudantes. “As redes e os circuitos de linguagens artísticas” foram debatidos entre o ex-presidente da SPCine Alfredo Manevy, o escritor e produtor cultural Toni C., músico e produtor cultural Ivan Ferraro, o diretor de teatro Marcelo Bones e com a Coordenadora de Políticas do Livro e da Leitura MIleide Flores, com a mediação de Camila Ribeiro do CUCA da UNE.

Entre os destaques, foi falado sobre a importância da construção de redes e circuitos para democratizar o acesso à arte e a cultura, em todas as linguagens. A música, por exemplo, costuma ser pautada pelo comercial e dificilmente abre espaço para sons autorais independentes. Neste caso, os festivais são fundamentais para permitir a exposição dessas produções.

 

Falando de cinema, a criação de salas de exibição em diferentes espaços tornou-se o principal projeto da SPCine, que em oito meses possibilitou que mais de 400 mil pessoas tivessem acesso a uma programação de filmes diversificada. Já na literatura, após um longo período de repressão por editoras serem espaços de encontro para discussão política, hoje o escritor que viraliza e bomba na internet é buscado para publicar no impresso – o caminho é inverso, ele não necessariamente está à mercê dos antigos detentores de poder.

 

Isso tudo sem mencionar a importância da cultura para a construção do conhecimento, tendo em suas diferentes linguagens artísticas variadas maneiras para dialogar com o público. E se há acessibilidade, inclusão e pluralidade a cultura serve como ferramenta de ensino muito mais eficiente do que as tradicionais salas de aula as quais estamos acostumados a enfrentar.

 

Como destacou Toni C., “precisamos de redes que resistam, e juntos é mais seguro resistir. Quando um poder menor afronta um poder maior ele é chamado de terrorista. No mundo em que eu vivo eu sou um terrorista, porque me oponho ao poder maior. E é isso que estamos fazendo aqui, somos todos terroristas.”

 

 

Thábata Mariani, CUCA da UNE

 

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