Ciro Monteiro (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1913 — 13 de julho de 1973)

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Cantor. Compositor.  Nasceu no subúrbio carioca do Rocha, em uma família de nove irmãos, todos com nomes começados com “C”. Seu pai era dentista, capitão do Exército e funcionário público. Sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto, conhecido como o “Chopin do samba”), também primo de Cauby Peixoto, de Araken Peixoto, de Andyara Peixoto e do pianista Moacyr Peixoto, passou a infância e a juventude em Niterói(RJ), para onde se mudou com a família quando tinha apenas dois anos.

Estudou no Grupo Escolar Alberto Brandão, na Escola Profissional Washington Luís e posteriormente no Instituto de Humanidades. Marcou época com sua voz, seu ritmo e sua capacidade de modular e improvisar.

Ficou conhecido por sua grande simpatia, bondade e capacidade de fazer amigos. Na juventude, conviveu na Confeitaria Guanabara com músicos e boêmios como seu tio Nonô, Valfrido Silva, Mário Travassos de Araújo, Dutrinha, Gadé e Ary Frazão. Foi casado com a cantora Odete Amaral, de quem separou-se em 1949 e com quem teve um filho. Sobre ele, Vinicius de Moraes escreveu na contracapa do LP “Senhor samba”, lançado pela Columbia em 1961: “Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho improvável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro.

Pois Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade.”  Chamado de “Formigão” pelos amigos (recebeu o apelido do compositor Frazão) e de “O cantor das mil e uma fãs” por todos os seus admiradores. Era torcedor do Flamengo, mas um flamenguista de quem até mesmo os “adversários” gostavam. Por conta de seu célebre entusiasmo pelo Flamengo, na ocasião do nascimento da primeira filha de Chico Buarque e Marieta Severo, a pequena Sílvia, enviou de presente para o bebê uma camisa rubro-negra. Chico respondeu à provocação do amigo compondo a canção “Ilmo. Sr.

Cyro Monteiro ou Receita para virar casaca de neném”. Desde os fins da década de 1940 começou a apresentar problemas respiratórios. Em 1959 submeteu-se a uma cirurgia no Sanatório de Correias(RJ), por conta de seus problemas de saúde. Na década de 1970, costumava freqüentar bares da noite paulista, como o Teleco-Teco. Faleceu no Rio de Janeiro, com apenas 60 anos. Foi sepultado, com grande acompanhamento, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem e coberto com as bandeiras rubro-negra, de seu clube, e verde-e-rosa, da Estação Primeira de Mangueira.

O poeta e compositor Vinicius de Moraes o considerava “o maior cantor popular brasileiro de todos os tempos”. Em 2009, a sessão “Hoje na História” do Jornal do Brasil publicou reportagem relembrando seu falecimento. Segundo a reportagem ele teria dito as seguintes palavras em algum momento durante os 10 dias em que ficou internado: “Leve um recado pros meus amigos Vinícius de Moraes, Fernando Lobo e Reinaldo Dias Leme. Diga a eles que é pra não chorar, porque eu tenho um encontro marcado com Pixinguinha, Stanislaw Ponte Preta e Benedito Lacerda. Eu não bebo há dois anos e agora vou tomar o maior pileque da minha vida”. Ficou conhecido pelos admiradores como “O cantor das mil e umas fãs”.

 

Ciro Monteiro (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1913 — 13 de julho de 1973)

 

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