A cineasta brasileira Iara Lee, nascida no Paraná, que estava em um dos barcos da frota atacada por Israel, quando seguia para a Faixa de Gaza, disse em entrevista que continuará com as mobilizações a favor dos palestinos. Segundo ela, os ativistas que participavam da missão para levar ajuda humanitária ao território palestino, furando o bloqueio israelense, já esperavam uma reação de Israel, mas ficaram chocados com o ataque.
– Foi uma coisa surpreendente porque foi no meio da noite, na escuridão, em águas internacionais. Porque a gente sabia que ia haver uma confrontação, mas não nas águas internacionais – disse ela, por telefone, da prisão em Beer Sheva. – Eles entreram e começaram a atirar nas pessoas.
” Eles entreram e começaram a atirar nas pessoas “
Aguardando sua deportação, Iara contou que só ouviu os tiros. Segundo ela, botaram as mulheres na parte de baixo da embarcação e cortaram as comunicações. A brasileira desembarcou no porto de Ashdod, em solo israelense, e recusou-se a deixar o país voluntariamente, segundo o conselheiro da Embaixada de Israel no Brasil, Rafael Singer.
– Os soldados disseram que éramos terroristas – afirmou. – Todos estavam de preto, com armas gigantescas, como se estivessem em uma guerra.
A brasileira, que tem dupla-nacionalidade e viajava com passaporte americano, disse que virá ao Brasil.
” Os soldados disseram que éramos terroristas “
– Voltarei ao Brasil e do Brasil vou para os Estados Unidos e continuarei as mobilizações – disse a cineasta. – A justiça não será atingida de maneira brusca e temos que continuar trabalhando.
Iara chegou a postar mensagens em sua página no Facebook quando já estava na embarcação, mas seu último texto é da noite de domingo. Desde então, diversas pessoas vêm pedindo informações a ela pelo site de relacionamentos. A brasileira não foi ferida e passa bem.
O Globo
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