CARTA ABERTA À MARGARETH MENEZES E AO FUTURO DA CULTURA BRASILEIRA

 

Neste momento histórico, queremos saudar e celebrar o anúncio do nome de Margareth Menezes para esta missão, de enorme responsabilidade, que é a reconstrução do Ministério da Cultura do Brasil.

 

Pedimos a benção aos mais velhos e aos mais novos. Saudamos a sua ancestralidade, seus cantos e encantos, batuques e axés. Que os Odus que escrevem seu destino conduzam ao melhor propósito, guiando os caminhos da futura Ministra nessa jornada pela Cultura de nosso país e de nosso povo.

 

Que as muitas vozes do Brasil falem pelo seu tom grave e potente. Que ao lado de Lula, uma Ministra da Cultura, mulher, negra, artista, nordestina, seja a expressão de um governo que coloque a cultura na centralidade de um projeto de país.

 

A criação do Ministério da Cultura, em 1985,  foi  fruto do processo de abertura democrática. Cultura e Democracia são indissociáveis. A retomada do MinC se dará no contexto de uma nova redemocratização do país, após anos de ataques deliberados e desmonte das instituições culturais.

 

Nos últimos anos, em meio à pandemia e ao pandemônio, o setor cultural brasileiro foi capaz de empreender uma grande mobilização nacional que permitiu a aprovação das Leis Aldir Blanc, Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2.

 

Vitórias públicas em um contexto improvável, que revelam força, resiliência e capacidade de articulação. O Congresso Nacional teve um papel fundamental para garantir tais  conquistas.

 

A nova Ministra poderá se apoiar nestas forças, e ao fazer isso contará com uma massa de fazedores e fazedoras de cultura de todo o país, neste mutirão de reconstrução.

 

Executar e implementar as Leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo significará uma revolução do fomento à cultura no Brasil. Pela primeira vez, o Sistema Nacional de Cultura contará com orçamento necessário para garantia dos direitos culturais previstos na Constituição Federal.

 

Caberá revisitar o “Do-in antropológico”, metáfora genial do ex-Ministro Gilberto Gil,  “massageando pontos vitais, mas momentaneamente desprezados ou adormecidos, do corpo cultural do país” – mais Pontos de Cultura em todo o Brasil, com os recursos das novas Leis da Cultura.

 

Será necessário ir além, pensando em políticas culturais para o Brasil do Futuro, para recuperar o tecido social brasileiro e promover o reencontro do Brasil consigo mesmo.

 

Conte com a força da cultura brasileira nesta caminhada. Boa sorte, Ministra Margareth Menezes!

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