Carnaval: Cultura, Economia e o Descaso do Paraná

Carnaval: uma festa que movimenta bilhões, mas segue negligenciada no Paraná

O Carnaval no Brasil vai muito além da folia. É cultura, identidade e, acima de tudo, um motor econômico poderoso. No entanto, apesar de sua grandiosidade e do impacto positivo que gera em diversas áreas, o Paraná e sua capital, Curitiba, insistem em ignorar essa manifestação popular, desperdiçando oportunidades de geração de emprego e renda.

A festa é uma das expressões culturais mais marcantes do país, um espaço onde o povo se manifesta livremente, seja pela música, pela dança ou pelas fantasias que colorem as ruas. Para muitos, é também um momento de alívio das pressões cotidianas, uma chance de viver a liberdade em sua forma mais vibrante. Mas o Carnaval não é apenas celebração—ele é economia, e dos números robustos.

Nos estados que investem na festa, o impacto financeiro é gigantesco. O turismo dispara, hotéis lotam, restaurantes faturam, pequenos comerciantes lucram, e toda a cadeia produtiva do entretenimento se fortalece. De trabalhadores informais a grandes empresários, todos se beneficiam. Mas no Paraná, essa realidade passa longe.

A falta de incentivo ao Carnaval por parte do governo estadual e da prefeitura de Curitiba é um equívoco estratégico, econômico e cultural. Enquanto cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador entendem a festa como um ativo valioso e investem para torná-la ainda mais atrativa, Curitiba mantém uma postura elitista e indiferente. Nem mesmo as emissoras de rádio e TV estaduais dão à festa o espaço que ela merece, reforçando um discurso antiquado de que o Carnaval não faz parte da identidade local.

A miopia administrativa fica ainda mais evidente quando a própria Secretaria de Comunicação do Estado do Paraná impede a transmissão do desfile curitibano e veta a exibição de vinhetas gravadas pelas Escolas de Samba para a TV Educativa.

Os números não mentem: bilhões de reais circulam anualmente no Carnaval, movimentando uma indústria que emprega milhares de pessoas. Da confecção de fantasias e carros alegóricos à contratação de músicos e técnicos, o setor se mantém ativo por meses antes da festa. E, ainda assim, o Paraná continua de costas para essa realidade.

O Carnaval precisa ser tratado como política pública. Cultura e economia caminham juntas, e valorizar a maior festa popular do país é reconhecer seu papel como ferramenta de inclusão, geração de empregos e fortalecimento da identidade nacional. Enquanto isso não acontece, a população e os cofres públicos perdem uma chance valiosa de crescimento e desenvolvimento.

 

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