O ministro da Cultura, Gilberto Gil, em São Paulo, proposta de produtores teatrais para a implantação de uma lei federal de incentivo ao setor.
Com a distribuição de recursos por concurso patrocinado pelo governo, a lei deveria incentivar, segundo seus defensores, a criação artística feita “não para o espectador/consumidor, mas para o cidadão pensante”, conforme afirmou Pedro Pires, da iniciativa Arte Contra a Barbárie, para quem o Brasil enfrenta “grave quadro de mercantilização da cultura”.
“Deixemos o mercado aos mercadores”, disse Pires, na entrega da proposta, durante solenidade em que Gil anunciou a liberação de R$ 15 milhões para o setor, por meio de “emenda orçamentária proveniente da Comissão de Educação e Cultura [do Senado], num esforço conjunto do MinC [Ministério da Cultura] e dos nossos colegas das artes cênicas”, disse.
Gil afirmou que vê a proposta “com bons olhos, por ser uma iniciativa do setor”, mas disse que “o executivo deve examinar detidamente se uma lei de incentivo é adequada ou não, quando a eficácia das já existentes vem sendo contestada”.
O ministro afirmou não haver tomado decisão sobre a possibilidade de permanecer no cargo num eventual segundo mandato do presidente Lula; disse que não realizou, em sua gestão, tudo o que pretendia, mas que gostou “muito” de ser ministro e que considera haver “colaborado para o índice de aprovação do governo Lula”.
“Nunca se faz tudo. É preciso deixar um pouco para o futuro fazer. Se o presente fizer tudo, é o fim da história”, disse.