Pelo jeito o dinheiro do dizimo (10% do faturamento mensal dos fiéis) não está sendo suficiente para sanar os gastos de igrejas evangélicas de Cuiabá. A Secretaria de Estado de Cultura (SEC), comandada pelo deputado licenciado João Malheiros, está sendo alvo de investigações pelo Ministério Público Estadual (MPE).
De acordo com a portaria n°. 22/2012, um inquérito foi instaurado para averiguação de irregularidades na liberação de R$ 193 mil pela SEC à Convenção Regional dos Ministros Evangélicos das Assembleias de Deus (Cormead-MT).
Durante as investigações preliminares, foi constatado que Malheiros concluiu convênio (n°011/2011/SEC) com a Cormead-MT, cujo valor total era de R$ 212,3 mil, cabendo ao Estado o repasse de R$ 193 mil em uma única parcela e uma contrapartida da Convenção no valor de R$ 19,3 mil.
O objetivo do convênio foi a realização do “Projeto Cultural e Histórico do Centenário das Assembleias de Deus, considerado pela Secretaria de Estado de Cultura um evento de cunho cultural e social.
Outro ponto crucial da investigação gira em torno da origem do montante, tendo em vista que não se sabe se o dinheiro saiu do fundo de fomento à cultura ou do orçamento da pasta.
O promotor de Justiça Célio Joubert Fúrio, ainda descreve, por meio do inquérito, que a verba é muito grande para uma única festa religiosa. Embora o promotor tenha requisitado informações a respeito do repasse à SEC, nada foi entregue por completo.
Além de Malheiros, o pastor e presidente da convenção do ministério de Madureira em Mato Grosso, José Fernandes Corrêa Noleto, também figura como pessoa a ser investigada, sendo que outros nomes podem aparecer até o desfecho do caso.
Por meio de sua assessoria, João Malheiros se defendeu das acusações. “Isso não é recurso indevido. O governo, através da SEC, fomenta atividades culturais. O próprio Ministério Público aprovou a questão das manifestações de cunho gospel”, afirmou o secretário João Malheiros.
“O Estado é laico, portanto os recursos são difundidos para massa cultural e isso inclui todas as atividades, sendo elas de qualquer religião, mas que envolva manifestações culturais. Todos os segmentos são respaldados”, concluiu.
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