Um público formado por 2,5 mil servidores da rede municipal de ensino de Curitiba e da Fundação Cultural lotou o Teatro Guaíra na tarde de segunda-feira (22) para assistir à 200ª apresentação do coral Brasileirinho. As crianças e jovens do coral emocionaram a plateia com o espetáculo “Festa de Arromba”, com sucessos dos anos 60, escolhido para abrir a programação da 7ª edição da Semana Cultural da Educação. Até a próxima sexta-feira (27), serão ofertados gratuitamente 28 mil lugares para aproximadamente 250 espetáculos de diferentes linguagens artísticas, em mais de 30 espaços da cidade.
A Semana Cultural é realizada em parceria entre a Secretaria Municipal da Educação e a Fundação Cultural de Curitiba. O evento faz parte do projeto EduCultura, criado em 2013 para promover o desenvolvimento cultural dos servidores das duas áreas por meio da oferta de ingressos, promoção de cursos e eventos.
Ingressos e vagas em cursos são constantemente distribuídos aos profissionais por meio do blog do projeto, mas as semanas culturais, programadas duas vezes ao ano, servem como imersão nas artes. A programação inclui shows de música, dança, teatro, oficinas de quadrinhos, entradas para exposições e outras manifestações artísticas.
Os servidores fazem uma pausa nas atividades cotidianas para apreciar alguma das múltiplas linguagens artísticas selecionadas para o evento. “Esse teatro lotado é a confirmação daquilo que acreditamos, de que a arte é capaz de mobilizar e transformar as pessoas. Se o professor não tem a vivencia da arte, seu aluno fará coisas artísticas, porém não vivenciará a arte, um fator que melhora a vida das pessoas”, disse a professora Daniela Pedroso, integrante da equipe de arte do departamento de ensino fundamental da Secretaria Municipal da Educação.
Mudança de olhar
Fazer da arte um instrumento de transformação é a rotina de trabalho do professor Henrique Camargo que dá aulas nas escolas municipais Caic Candido Portinari e Albert Schweitzer, as duas no bairro CIC. “Ter contato com a arte faz mudar o olhar que a pessoa tem para o cotidiano, possibilita interpretações variadas e cria possibilidades para um melhor desenvolvimento da pessoa, especialmente dos estudantes, em função da sua fase de formação”, disse Henrique.
O repertório variado e a possibilidade de o profissional participar das apresentações durante o período de permanência, ou seja, durante a jornada de trabalho em que está fora de sala de aula, garante a participação nos eventos. “Intensificamos a relação entre arte, educação e cultura e reformulamos o programa de formação continuada em serviço, pois acreditamos que é essa a forma de valorizar e investir no profissional para assegurarmos mais qualidade na educação municipal”, disse a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo. Além das semanas culturais, os museus da cidade têm oferecido seus espaços e acervos para pesquisas dos professores de arte da rede municipal.
Para o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, as ações integradas entre as áreas da educação e cultura foram tão expressivas que deram origem a um novo modelo de política de imersão cultural dentro da Fundação Cultural. “Tem sido uma experiência tão positiva, com tantos bons retornos por parte dos professores, que a linha estruturante do Educultura serviu para originar o Culturaeduca, outra ação voltada à formação e que está alinhada à política do Ministério da Cultura”, disse Cordiolli.
Esta sétima edição do evento tem novidades, como a visita mediada ao Museu da Vida, a oficina Fundamentos de Dança Afro Brasileira, com Carlinhos Malaquias, e um recital no Paço da Liberdade com Luiz Cláudio Ribas Ferreira, um dos principais nomes do violão erudito brasileiro, com vários prêmios nacionais e internacionais conquistados.
“São tantas boas opções que temos dificuldade na hora de escolher”, contou a diretora de CMEI Claudia Silveira. Com 23 anos de atuação na rede municipal de ensino, a servidora acredita que o investimento na formação cultural dos profissionais completa a política de valorização aplicada nos últimos anos. “Os cursos nos valorizam como profissionais, e agora temos um novo plano de carreira e o investimento no nosso desenvolvimento como ser humano por meio da cultura”, disse Cláudia.
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