A exposição Amazônia Brasil aberta esta semana em Paris, no Palais de la Découverte, pelo ministro do Meio Ambiente francês, Xavier Darcos, e o embaixador brasileiro na França, Sérgio Amaral, na presença do governador do Estado do Amazonas, Eduardo Braga, é o complemento ideal da primeira mostra Brasil – Indígena, atualmente nas galerias do Grand Palais, cujo êxito de público tem sido destacado pela mídia francesa. A nova exposição revela uma Amazônia moderna que busca resolver duas questões fundamentais, proteção do ambiente e o respeito ao meio indígena e das populações locais.
Os eventos que marcam o ano do Brasil na França têm forte repercussão nos jornais e revistas franceses. Ao todo 2.500 páginas dedicadas ao País em março, em janeiro eram apenas 113. Isso sem falar em rádio e TV, indicando que o Brasil exporta atualmente boa imagem, apesar da violência nos grandes centros urbanos e mesmo na Amazônia.
Ontem, o embaixador brasileiro explicou ao ministro francês que mesmo não sendo ainda ideal, a proteção ambiental vem se desenvolvendo cada vez mais, por meio do monitoramento do governo na região, via satélite.
O primeiro grande espaço dessa exposição, de 1.000 metros quadrados, é lúdico, montado sobre uma maquete do Rio Amazonas, com suas populações e cidades ribeirinhas. O visitante caminha quase uma centena de metros como se estivesse navegando pelo rio, com suas casas de farinha, de seringueiro, do caboclo, com todos os seus detalhes internos e tendo como fundo os ruídos dos animais da região, os pássaros amazônicos, cujos sons foram gravados na própria floresta.
As outras salas da exposição tratam da Amazônia, realidade e futuro, em que o recurso ao satélite (projeto Sivam) permite verificar o desmatamento de 17% do território e verificar que 22% está sob pressão.
O desmatamento e suas causas também são abordados no evento, que também apresenta os projetos que estão sendo desenvolvidos para sanar essa destruição. Um outro aspecto destacado é a reserva mundial de água doce representada por essa região, 20% das águas superficiais do planeta, através do Rio Amazonas, cujo comprimento é equivalente a distância entre Berlim e Nova York. A exposição prossegue com imagens que impressionam o visitante sobre a coloração diferenciada das águas dos rios Negro, Tapajós e Amazonas ou ainda uma sala dedicada aos 150 maiores insetos do mundo.
A exposição põe em evidência uma Amazônia diversa, em que as populações da floresta revelam sua potencialidade, desde os índios até os imigrantes japoneses que formaram a primeira colônia estrangeira. No fim, Amazônia Brasil presta homenagem a Chico Mendes e a irmã Dorothy Stang, ambos assassinados pela violência dos depredadores de uma das jóias do planeta.