Talento precoce, Borghetinho toca desde os 10 anos de idade, quando ganhou sua primeira gaitinha do pai, Rodi Pedro Borghetti, na época patrão de um CTG. Cinco anos depois, o rapaz já era atração turística do CTG. Com 16 anos, subia profissionalmente a um palco pela primeira vez, num dos tantos festivais nativistas que efervesciam no Rio Grande dos anos 80. E foi justamente neles que Renato primeiro fez sua fama, impressionando pela forma como tocava a gaita-ponto.
O primeiro disco foi gravado de favor, em madrugadas ociosas de um estúdio de Porto Alegre. Quando saiu, em 1984, ninguém imaginaria queia vender mais que mil cópias. Vendeu mais de 100 mil. Transformando Borghetti não só num fenômeno como também no primeiro disco de ouro conseguido pela música instrumental brasileira. Relançado em CD, caminha pra outro recorde: 250 mil cópias e disco de platina.
De Porto Alegre para o mundo
Já na década de 80, depois de perder a conta dos prêmios ganhos emfestivais, deu canjas com gente como Leon Russel e Edgar Winter,arrebentou no Free Jazz Festival e fez shows em cidades que vão deMunique e Stuttgart a Maceió. Entra a década de 90 tocando no S.O.B.’sde Nova York e estabelecendo uma frutífera parceria com a Orquestra deCâmara do Teatro São Pedro, que logo geraria novos trabalhos nessafronteira erudito-folclórica com a OSPA (Orquestra Sinfônica de PortoAlegre), a Orquestra Unisinos e orquestras de todo o Brasil.
Em 91, as duas primeiras mostras definitivas de reconhecimento: oprêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo melhor disco doano na categoria Regional e o convite para integrar o Projeto AsaBranca, com quem vai seguir fazendo shows por toda a década, ao lado deSivuca, Dominguinhos, Elba Ramalho, Alceu Valença entre outros. Entre95 e 96, já respeitadíssimo, toca por todo o país como representantesulista no projeto Brasil Musical, junto com músicos como Paulo Moura,Hermeto Pascoal, Wagner Tiso e Egberto Gismonti.
Também começa a estabelecer uma ponte consistente com o Uruguai e aArgentina, tocando e armando parcerias com artistas de ambos os países.Assim como tem cada vez mais sucesso em investidas européias, chegandoa gravar e lançar por lá discos seus e participações em trabalhos deoutros artistas.
Boas companhias
Alternando trabalhos mais simples e gauchescos, com momentos de maiorsofisticação e acenos para o jazz e a música erudita, Borghetinho temsabido se cercar sempre de grandes músicos. É o caso do RenatoBorghetti Quarteto, onde ele tem a companhia do pianista, tecladista,compositor e arranjador Vitor Peixoto; do guitarrista, arranjador ediretor musical Daniel Sá; e do flautista, saxofonista, arranjador ecompositor Pedro Figueiredo.
No show do Teatro da Caixa, o Quarteto interpreta músicas de autoria deRenato Borghetti como Entardecer no Pontal, Fronteira e Sétima doPontal. Do repertório do grupo Os Serranos, resgata Redomona. Docompositor Geraldo Flach, traz Rancheirinha. De Lupicínio Rodrigues,revisita Felicidade. De Luiz Gonzaga toca Asa Branca. O músicoapresenta, também, leituras emocionantes para Taquito Militar (deMariano Mores, um dos mestres do tango) e Merceditas (Ramon Sixto Rios)entre outras.
15/08/07