
Da amizade com Álvares de Azevedo ao reconhecimento imperial, a trajetória do autor que marcou a literatura brasileira
No dia 10 de março de 1884, faleceu em Ouro Preto (MG) o escritor Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, eternizado por sua obra mais famosa, A Escrava Isaura. Publicado pela primeira vez em 1875, o romance narra a saga de Isaura, uma bela escrava branca que vivia em uma fazenda no Vale do Paraíba, na região de Campos, Rio de Janeiro. O sucesso da história atravessou gerações e foi adaptado para a televisão, ganhando versões na Rede Globo (1976/1977) e na Rede Record (2004). A adaptação global alcançou cerca de 150 países.
Nascido em Ouro Preto, em 15 de agosto de 1825, Bernardo Guimarães formou-se em Direito em São Paulo, em 1847. Durante seus anos acadêmicos, estreitou laços com grandes nomes da literatura, como Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa. No início da carreira, dedicou-se a poesias de cunho erótico e satírico, como O Elixir do Pajé e A Origem do Mênstruo, publicadas clandestinamente em 1875.
Apesar de A Escrava Isaura ser seu livro mais popular, a crítica literária reconhece O Seminarista (1872) como sua obra mais relevante. O romance aborda o drama do celibato clerical, expondo os dilemas e as imposições da Igreja.
Ao longo da vida, Bernardo Guimarães exerceu diversas funções, incluindo juiz municipal, jornalista, professor de retórica e poética, além de ensinar latim e francês. Apesar de sua contribuição à literatura, morreu em condições modestas. Ainda assim, foi homenageado pelo imperador Dom Pedro II em 1881 e reconhecido como membro da Academia Brasileira de Letras.
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