No fim dos anos 1920, reinava ainda a política do café com leite, pela qual paulistas e mineiros revezavam-se na presidência da República. Washington Luís, no entanto, indicou outro paulista para lhe suceder: Júlio Prestes. Minas se revoltou, e logo recebeu o apoio do Rio Grande do Sul. Também conquistou outro aliado decisivo: a Paraíba, por meio do governador João Pessoa.
Em 29 de julho de 1929, o político enviou um telegrama de protesto ao Governo Federal. Negava qualquer apoio à candidatura de Prestes. Não foi usada exatamente a expressão “nego”, mas a palavra ficou como um símbolo do acontecimento. Os três estados propuseram o nome de Getúlio Vargas, que chegaria ao poder com a Revolução de 1930.
João Pessoa morreria também em 1930. Seus seguidores decidiram registrar o episódio na bandeira do estado. O verbo “nego” entrou como um símbolo da rebeldia paraibana. O vermelho, de sangue. E o preto de luto.
Por Bruno Hoffmann
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