Artistas e produtores se reúnem para debater política cultural

Arte e cultura sempre dão um jeito de andar na frente ou na contramão dos fatos. Ímpeto que renova a própria sociedade. Na vanguarda dos acontecimentos, artistas e produtores culturais londrinenses não querem esperar o futuro definir a política cultural para os próximos anos, mas apontar e determinar novos rumos. Para discutir o futuro da cultura londrinense, condicionado em grande parte ao que as urnas definirão nas eleições municipais, artistas e produtores se unem em torno do Fórum Independente de Cultura.

Um dos coordenadores, Valdir Grandini, já foi secretário municipal de Cultura e hoje é assessor da Secretaria de Cultura de Ourinhos (SP). Grandini foi um dos idealizadores do Programa Municipal de Incentivo a Cultura (Promic), proposta de política cultural vigente no município. Porém, o grupo se coloca como apartidário e propõe se reunir pelo menos uma vez por mês para debater as principais demandas culturais londrinenses. Edra Moraes e Marcelo Domingues também integram a coordenação. Artistas de rua, representantes de vilas culturais, entre outros produtores e artistas, participam dos debates.

“O fórum é um grupo de pessoas preocupadas com o andamento da cultura a partir do ano que vem em função da mudança ou não na gestão municipal. O grupo tem atraído principalmente os que têm ligação direta com a cultura, mas também simpatizantes”, afirma Grandini. O centro dos debates nos próximos encontros deve ser a forma de análise dos projetos culturais pelo Promic. Não só produtores que ficam de fora da seleção de projetos a cada ano, mas grande parte da classe artística concorda que é preciso ajustes na avaliação das propostas.

“Gostaríamos de discutir quem analisa esses projetos e como analisa”. O debate promete ser acalorado. “A gente já tinha, anteriormente, a necessidade de uma revisão na comissão, como ter mecanismos de seleção dos integrantes. É algo para ser discutido. Pela lei é o Conselho Municipal de Cultura que indica a maioria dos membros das duas comissões. Esse poder já é garantido, mas sugerimos a realização de um concurso, apresentação de currículo. São coisas para serem discutidas”, afirma o coordenador.

Grandini ainda destaca que a análise de projetos é um trabalho que os integrantes das comissões fazem gratuitamente. “Esses trabalhos são diários e podem durar cerca de um mês. Os membros da comissão deveriam ser remunerados. Precisamos de pessoas qualificadas para essa análise e a falta de remuneração dificulta”, acrescenta.

O coordenador também ressalta que é preciso corrigir a inflação que corroeu o orçamento do Promic, desde a criação do programa, em 2003. Na época o valor era de R$ 3,5 milhões. “Esses valores corrigidos elevariam o orçamento do Promic para mais de R$ 4,2 milhões. É fundamental esse reajuste para que, além da segurança aos projetos estruturados, como os estratégicos, o programa amplie para atender outras propostas”, avalia.

Fonte

Compartilhar:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*