Um absurdo ataque à liberdade de expressão artística e cultural aconteceu em Matinhos, litoral paranaense.
Polícia Militar totalmente despreparada para tratar assuntos culturais agiu contra o Baque Mulher Matinhos, Grupo de Maracatu filiado ao Baque Mulher Recife. Os ensaios do grupo de maracatu acontecem todas as semanas perto da Praia Brava, em Matinhos (PR). O maracatu é uma típica manifestação do folclore brasileiro. Nesta quarta-feira (22), no entanto, as integrantes foram surpreendidas com uma ação desproporcional da Polícia Militar, que tentou apreender instrumentos com a alegação de que elas estavam incomodando moradores. Três delas foram detidas, mas já liberadas.
Triste dia de censura, de violência contra as mulheres, em sua maioria estudantes, cerceamento da expressão cultural, apreensão de instrumentos. Eram 8 policiais em quatro viaturas alegando barulho. Esta “denúncia” foi feita por um morador de um prédio em frente à praia (perto do meio-dia). Um dos policiais chamou de vadia uma das coordenadoras que tentava conversar e pedir por seus direitos. Uma polícia de estado deveria agir seguindo às leis para prevenir crimes, para criar um ambiente de segurança. Infelizmente o estado do Paraná tem um péssimo histórico relativo às suas formas de lidar com manifestações e manifestantes.
Não é a primeira vez que a violência policial interrompe manifestações artísticas, principalmente dentro das periferias brasileiras – há uma histórica perseguição a manifestação cultural de origem negra e periférica, não diferente do que aconteceu ao samba, aos funks e ao rap.
O Maracatu é uma dança folclórica de origem afro-brasileira. Surgiu em meados do século XVIII, a partir da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana. É uma dança de cortejo associada aos reis congos.
Os oito policiais que provocaram o tumulto deveriam serem afastados. É necessário a criação de políticas públicas e responsabilização do Estado por acontecimentos tristes e danosos como o que se viu em Matinhos. E é preciso imediatamente uma derrota a esse projeto de país que acredita na letalidade da polícia militar como pilar da segurança pública.
NOTA DO GRUPO
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