Gênero da música popular brasileira que surgiu em 1870, no Rio de Janeiro. Inicialmente não se caracterizou como estilo musical, mas pela forma abrasileirada com que músicos da época tocavam ritmos estrangeiros como polca, tango e valsa. Eles utilizavam, entre outros instrumentos, violão, flauta, cavaquinho, bandolim e clarinete, que dão à música um aspecto sentimental, melancólico e “choroso”. O termo “Choro” passa, então, a denominar o estilo. Influenciado por ritmos africanos, como o batuque e o lundu, sua principal característica é a improvisação instrumental, especialmente com violão e cavaquinho. A função de cada instrumento na música varia de acordo com o virtuosismo dos componentes do conjunto, que podem assumir o papel de solo, contraponto ou as duas coisas alternadamente.
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A partir de 1880, com a proliferação dos conjuntos de pau e corda – formados por dois violões de cordas e de aço, flauta e cavaquinho -, o Choro populariza-se nos salões de dança e nas festas da periferia carioca. Um dos primeiros chorões – nome dado aos integrantes desses conjuntos – é o flautista Joaquim Antônio da Silva Calado. Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga criam as primeiras composições que firmaram o Choro como gênero musical com características próprias.
No início do século XX, o Choro deixa de ser apenas instrumental e passa a ser cantado. Aproxima-se do maxixe e do samba e adquire um ritmo mais rápido, agitado e alegre, além de maior capacidade de improvisação. Surge o chorinho ou samba-choro, também conhecido como terno, por causa da delicadeza e sutileza de sua melodia.
A partir da década de 30, impulsionado pelo rádio e pelo investimento das gravadoras de disco, o choro torna-se sucesso nacional. Uma nova geração de chorões organiza-se em conjuntos chamados regionais e introduz a percussão nas composições. Nos anos seguintes surgem vários músicos, como Canhoto e seu regional, que tinha como integrante Altamiro Carrilho ; conjunto Época de Ouro; Luperce Miranda; Zequinha de Abreu, autor de Tico-Tico no Fubá; Jacó do Bandolim; e Nelson Cavaquinho, entre outros.
O principal nome do período era Pixinguinha, autor de mais de uma centena de choros e um dos maiores compositores da música popular brasileira. Em 1928 criou Carinhoso, que recebe letra de João de Barro, o Braguinha, em 1937. Também se destacava Valdir Valdir Azevedo, autor de Brasileirinho (1947), o maior sucesso da história do gênero, gravado por Carmen Miranda e, mais tarde, por músicos de todo o mundo.
O choro também está presente na música erudita. Um exemplo é a série Choros, do maestro Heitor Villa-Lobos. A partir da década de 50 perde sua popularidade devido o surgimento da Bossa Nova. Mas o gênero mantém-se presente na produção de vários músicos da MPB, como Paulinho da Viola, Guinga e Arthur Moreira Lima. É redescoberto na década de 70, quando são criados os Clubes do Choro, que revelam novos conjuntos de todo o país, e os festivais nacionais. A partir de 1995 é fortalecido por grupos que se dedicam à sua modernização e divulgação, pelo lançamento de CDs.
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