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Governo e autoridades sanitárias gritavam: “Se não vacinar, morre!”. O povo reagia: “Se vacinar, mato!”. A 10 de novembro de 1904, o descontentamento popular explode. Bondes tombados, trilhos arrancados, calçamentos destruídos. Durante dias, o povo do Rio enfrenta a polícia a pedradas. O sanitarista Oswaldo Cruz (1872- 1917), diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, quer livrar o Rio da varíola.
A lei que tornava obrigatória a vacinação, batizada de “código de torturas”, é recebida com medo e revolta pelo povo desinformado. Bairros inteiros são demolidos por medida de higiene. A oposição canaliza a revolta em favor de sua causa: derrubar o presidente Rodrigues Alves. O governo age rápido, com dureza, e esmaga a rebelião. O presidente cancela a obrigatoriedade, tornando a vacinação opcional. Baixada a poeira, começa a vacinação em massa. Em alguns meses, desaparece a varíola, que havia matado cerca de 35 mil cariocas na segunda metade do século 19.
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