A História do Rádio II – (anos 40 em diante…)

 

 

Anos 40 Está no ar o Grande Jornal Falado Tupi, de SP. Foi o primeiro jornal falado do rádio.

1941 Começa em 12 de julho a transmissão da primeira rádio novela do País. Durou cerca de três anos os capítulos de “Em Busca da Felicidade”, pelas ondas da PRE-8, Rádio Nacional do RJ. Depois vem o grande sucesso: a novela “O Direito de Nascer”.

 

1941 Repórter Esso. Surge o noticioso mais importante do rádio brasileiro. Foi às 12h45min de 28/08/1941, que a voz de Romeu Fernandez anunciava o ataque de aviões da Alemanha à Normandia, durante a 2ª Guerra Mundial. O grande líder do programa foi o gaúcho Heron Domingues. Em São Paulo a transmissão era feita pela Record PRB-9. A credibilidade do noticiário era tão grande que o público só acreditava nas notícias se confirmadas pelo Repórter Esso.

 

Balança mas não cai Nos anos 40, Max Newton Nunes, desponta no rádio como redator de scripts. Logo passa a empresariar Barbosa Júnior, que se notabilizou pela famosa frase “A beijoca do Barbosa”, que é utilizada por Jô Soares mais de 50 anos depois, quando diz: “Um beijo do gordo”. Em 1948 na Rádio Nacional, tem seu programa de maior êxito, o Balança mas não cai”, com os famosos “primo pobre e primo rico”, vividos por Brandão Filho e Paulo Gracindo.

 

1º de abril!!! No dia 1º de abril, em algum ano próximo à Copa de 1950, o locutor esportivo Geraldo José de Almeida, da Rádio Record, irradia um jogo inteirinho do poderoso time do São Paulo, que contava com Leônidas e Bauer e estava excursionando pela Europa. Final da partida e um resultado que chocou os torcedores: o São Paulo havia perdido por 7 X 0. Só no dia seguinte a Rádio Record anuncia que tudo não passou de uma farsa. O jogo nem tinha acontecido! Brinacadeira no dia da mentira…

 

Anos 50 Surge a TV no Brasil, alicerçada nos profissionais do rádio.

 

Anos 60 O rádio assume papel importante nos diversos acontecimentos, como:

Inauguração de Brasília. Renúncia de Jânio, quando Antonio Pimentel, da Rádio Bandeirantes de SP, leu o texto da renúncia, em 25/8/61. Bi Campeonato Mundial, em 62, narrado por Pedro Luiz, da Jovem Pan de SP. Em 64, queda de João Goulart, quando as rádios conclamavam o povo a resistir. A Record, em 66, com o 1º Festival da música Popular Brasileira. Em 1969, as rádios do planeta todo transmitem a chegada do homem à Lua…

 

Anos 70 Revolução no meio Rádio, com a explosão das rádios FM.

São muitos os nomes daqueles que ajudaram a escrever a história do Rádio. Dentre os muitos que merecem destaque, selecionamos alguns que com certeza fariam parte do “Hall of the Fame” do Rádio:

Ademar Casé – avô de Regina Casé , chega humildemente ao rádio, em 1932. Teve em seu programa, na Rádio Philips, uma verdadeira escola do rádio no Brasil. Criou o 1º jingle nacional: “Oh! Padeiro desta rua/Tenha sempre na lembrança/Não me traga outro pão/Que não seja o pão Bragança…” Foi um sucesso!

 

Roquette Pinto – é considerado o pai da radiofonia brasileira. Em 1923 implanta com Henrique Morizete a 1ª emissora de rádio no País: a PRA-2 Sociedade do Rio de Janeiro.

 

Almirante (Henrique Foréis Domingues) – a maior patente do rádio! Cantor, compositor, ator, produtor, fez sucesso nas décadas de 30 e 40. Em 34, estréia no programa de Ademar Casé. Em 39, na Rádio Nacional, cria o 1º programa de auditório do rádio brasileiro: “Caixa de Perguntas”.

 

Pedro Luiz – um dos maiores locutores esportivos de todos os tempos. Criou um estilo que virou referência até os dias de hoje.

 

Chico Anysio – aparece nos anos 40, produzindo e apresentando muitos programas, como o “Rua da Alegria”, na Rádio Tupi carioca.

 

Emilinha Borba – cantora que começou na Cruzeiro do Sul. Foi a Rainha do Rádio em 1953 e liderou durante anos as estatísticas de correspondência dos artistas da Rádio Nacional.

 

Orlando Silva – o “Cantor das Multidões”.

 

César Ladeira – locutor imortalizado por suas memoráveis irradiações de tom político nos anos Revolucionários da década de 30. Foi um inovador no rádio, definindo vários padrões de linguagem e regime trabalhista.

 

Tico-Tico – o rei dos furos de reportagem. Era tão bom que chegava a se destacar mais que seus entrevistados.

 

Vicente Leporace – o grande âncora do rádio brasileiro. Até hoje é a grande referência para comentaristas.

 

Manoel da Nóbrega – um dos, se não o melhor, redator e produtor que o rádio já teve. Dentre suas revelações está Silvio Santos.

 

Abelardo Barbosa – o Chacrinha, aparece no final dos anos 30, na PRA-8 Rádio Clube de Pernambuco. Afinal, “quem não se comunica se trumbica”. Em 1942 ele está na Rádio Difusora Fluminense, onde surge a figura do “Chacrinha”. Seu apelido é esse, pois a emissora se localizava numa chácara que ficava afastada do centro de Niterói, onde nos fundos havia plantação de frutas, verduras e legumes. É criado o “Cassino do Chacrinha”… Cassino foi provavelmente inspirado nas casas de jogos existentes no País, que foram proibidas em 1946, por Gaspar Dutra. Em 59, o Velho Guerreiro estréia na TV – “Teresinha Uh! Uh!”

Este é um breve resumo desta apaixonante história do meio Rádio. Há cerca de 100 anos o Padre Roberto Landell foi desacreditado de sua descoberta e por isso nosso querido Brasil não tem a patente desta invenção. No entanto nos dias de hoje o Rádio é uma potência em nosso País e nos últimos dois anos vem ganhando mais espaço na distribuição de mídia no bolo publicitário. No milênio passado o Rádio caminhou da criação até a era digital, a era da Internet… Neste novo milênio novas tecnologias virão para consolidar mais e mais o meio Rádio como o maior veículo de comunicação de todos os tempos.

 

 

Fonte:

Livro: Histórias que o Rádio Não Contou, de Reynaldo C. Tavares. Editora Harbra.

Agradecimento Especial: Sra. Maria Pia, da Editora Harbra.

Colaboração: profissionais da Rádio 2 – Roberto Mencarini, Elvio Mencarini, Reinaldo do Carmo, Carlos Manzano, Pércio de Piratininga, Alberto Junqueira

Compartilhar: