A História do Carnaval

 

“As maiores dificuldades que os pesquisadores encontram ao estudar o Carnaval são a carência de livros especializados e a quase inexistência de documentos e registros escritos. Em conseqüência, o Carnaval se recente de um estudo mais profundo.”
Dr.Hiram Aráujo-autor do livro”Carnaval”

Talvez você não goste de carnaval ou simplesmente o ignore.Este fato é absolutamente normal.Apesar do carnaval ter se transformado numa das maiores festas, principalmente no Brasil, sempre houve essa divisão,mas você certamente achará interessante conhecer um pouco sobre a origem desta festa popular e que levou o nome do nosso país ao mundo todo.

Suas origens

As origens do Carnaval são obscuras e longínquas. Não existe maneira de comprovar o nascimento do Carnaval, entretanto,através de pesquisas sobre a evolução do homem sabemos que os primeiros indícios, do que mais tarde se chamaria Carnaval, surgiram dos cultos agrários.O surgimento da agricultura só ocorreu há, aproximadamente, 10.000 anos a.C., quando melhores condições climáticas fizeram surgir bosques e pradarias. O novo ambiente da Terra fez com os humanos saíssem das cavernas para os campos.

Livres da predação dos grandes animais, desaparecidos, os homens evoluíram para domesticação e criação dos animais e cultivo dos vegetais. Favorecidos pelos humos que deixavam muito fértil as terras irrigadas pelo rio Nilo, teriam sido os povos que, primitivamente, habitavam suas margens e que a partir de 4000 anos a.C. evoluíram para as unidades políticas chamadas “Nomos”, os verdadeiros criadores da agricultura e dos cultos agrários.

O homem entrou no reino da utopia através da comemoração. No momento da festa se desligava das coisas ruins, que concretamente tinham ido embora e saudava o que lhe parecia um bem ( como por exemplo, o nascimento e o por do sol, o início da primavera e o término das enchentes no Rio Nilo), com danças e cânticos para espantar as forças negativas que prejudicavam o plantio.

– O Carnaval Originário tem como marco inicial a criação dos cultos agrários e, como ponto final a oficialização das festas a Dionisio, durante o reinado de Pisistrato na Grécia, de 605 a 527 a.C.-

Na Grécia,com as sociedades já organizadas em rígidas hierarquias( nobreza, o campesinato e os escravos),acentuavam-se as libertinagens e licenciosidades, provocadas, ao que se supõem, pela necessidade de válvulas de escape ( era o culto ao corpo).

Sexo, bebidas e orgias incorporam-se, definitivamente, às festas que, juntamente com o elemento processional e a inversão de classes, compõem o modelo que alguns autores consideram o fulcro estético e etimológico do carnaval.

Quando o cristianismo chegou já encontrou as festas orgiásticas, no uso dos povos.No início não houve aceitação do carnaval. Desde 590 d.C a igreja adotou oficialmente esta festa, passando, desde então, a programar seu calendário.

A quarta-feira de Cinzas pela igreja, dá início à quaresma onde há jejum e abstinência à carne vermelha, ovos, sexo e diversão em geral.

Religiosamente o domingo de carnaval cairá sempre no 7º domingo que antecede ao domingo de Páscoa e tudo que é liberado no carnaval é proibido neste período(em tese).

E No Brasil?

No Brasil, o Carnaval é uma festa nacional, que adquire características distintas em cada região. O início dos festejos foi o Entrudo, introduzido no Brasil pelos navegadores portugueses. O festim originário da Índia consistia em uma ” guerra ” de excrementos, talco e ovos jogados do alto das casas ou nas praças. Outra brincadeira dos farristas era agarrar um desafortunado qualquer, tirar suas roupas, dar um banho frio e devolvê-lo à rua. Assim eram os festejos na Bahia e no Rio de Janeiro, em fevereiro do século XIX.

– Entre 1870 e 1890 o Entrudo começa a ser substituído pelo Carnaval: bailes em clubes e desfiles nas ruas, sendo as fantasias inspiradas em modelos europeus e as alegorias importadas da Itália. Surgiram os Fantoches de Euterpe, a Cruz Vermelha e Os Inocentes em Progresso. Os negros e mestiços vão sendo ” afastados ” da festa, tornando-se apenas espectadores dos desfiles e realizando clandestinamente suas batucadas.

Na década de 90, foram formados clubes ” de negros “: Embaixada Africana, Congada Africana e Pândegos da África. O Carnaval prosseguia deixando aflorar sempre o bom-humor e a graça do povo baiano, que se utilizava da festa para satirizar os políticos com máscaras e marchinhas irreverentes e brincar com a imaginação das pessoas. Nos anos 30 e 40 o brilho da festa foi esmorecido pelos acontecimentos mundiais refletidos no Brasil: guerras e ditadura

( foto acima :Carnaval de Arlequim- Miró)

Na Bahia, os cultos religiosos emprestam um colorido especial à festa. No Rio de Janeiro, as escolas de samba protagonizam o espetáculo. Em Pernambuco, um só bloco reúne 1,5 milhão de foliões. Em São Paulo, terra do trabalho, a moderna passarela do samba reúne escolas cada vez mais belas e luxuosas.

Luxo e beleza marcam os desfiles e shows. As músicas, fantasias e alegorias trazem sempre uma importante mensagem sobre a história, os problemas atuais dos brasileiros ou mesmo uma homenagem a uma personalidade.

Importante ressaltar que a história do carnaval não tem fim.Todos os anos a sua história se renova e tem como protagonista um povo que independentemente dos problemas corriqueiros, das dificuldades de uma forma geral, traz sempre alegria e um colorido especial,tornando o Carnaval uma festa muito bonita e contagiante.

 

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