O intelectual, escritor (autor de vário livros) e compositor Nei Lopes recebeu o prêmio Jabuti em 2009 com o livro História e cultura africana e afro-brasileira, da editora Barsa Planeta, como melhor livro na categoria didáticos e paradidáticos. No dia 18 de Maio, Nei Lopes fará duas palestras em Curitiba:8h30 na ESCOLA DE GOVERNO, MUSEU OSCAR NIEMAYER e às 14 horas no CANAL DA MÚSICA – Rua Julio Perneta, 695. A palestra, promovida pela Barsa Planeta em parceria com a SEED, SEAE, CASA CIVIL, RTVE, UFPr/NEAB (que certificará o evento) e organizações do Movimento Social Negro, do qual Nei Lopes é intelectual orgânico, é oportunidade única dada aos professores de Curitiba e Região Metropolitana e demais interessados na matéria. O evento integra uma semana de atividade com objetivo de refletir sobre os efeitos do processo de abolição na sociedade brasileira. Informações: Entrada Franca/ Contatos:rosanerask@hotmail.com,wramaral@pr.gov.br, cassius@seed.pr.gov.br, nerea.dedi@gmail.com, jcsabreu@seae.pr.gov.br – Tel: 3243-6130/3350-2862/ 3340-1781/9961-3526
Auditório do Museu Oscar Niemayer Rua Marechal Hermes, 999 Centro Cívico, Curitiba / PR
Quem é
Embora pouco presente sob os holofotes da mídia principal, Nei Lopes é hoje um nome de peso na cultura brasileira, constituindo-se mesmo numa referência.
Sambista, compositor popular e, hoje, cada vez mais escritor, Nei vem, desde pelo menos os anos 80, marcando decisivamente seu espaço, às vezes com guinadas surpreendentes.
Ligado às escolas de samba Acadêmicos do Salgueiro (como compositor) e Vila Isabel (como dirigente), hoje mantém com elas ligações puramente afetivas. Compositor profissional desde 1972, vem, desde os anos 90 esforçando-se pelo rompimento das fronteiras discriminatórias que separam o samba da chamada MPB, em parcerias com músicos como Guinga, Zé Renato, Fátima Guedes e Moacyr Luz, esforço esse que culminou com sua participação no projeto “Ouro Negro”, em homenagem aos maestro Moacir Santos. O trabalho resultou em cinco elogiadas letras, escritas para canções do homenageado, gravadas em CD por Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Djavan e Ed Motta.
Intérprete de suas próprias canções, Nei Lopes tem vários discos gravados, em registros solo ou em conjunto com outros artistas, como o CD “Nei Lopes – De Letra & Música” (Velas, 2000), em que recebe como convidados Alcione, Chico Buarque, Emílio Santiago, Dona Ivone Lara, João Bosco, Martinho da Vila, Dudu Nobre, Dunga, Arlindo Cruz & Sombrinha, Zé Renato, Toque de Prima, Fátima Guedes e Zeca Pagodinho. Em 2004, lança, pela FINA FLOR o CD PARTIDO AO CUBO (release ao final).
Em televisão, Nei Lopes escreveu e apresentou, entre outros musicais, “Pagode” (Rede Globo, 1987); “Dia Nacional do Samba” (Manchete, 1988); “Presença Negra”(TV-E, Rede Brasil, 1995); e “Saravá, Tio Samba”(Idem, 1996).
Em teatro, encenou “Oh, Que Delícia de Negras!”, revista musical, com partitura de Cláudio Jorge (Teatro Rival, 1989); “Clementina” (1999) e “O Rancho da Sereia” (2000) com o elenco de alunos de teatro do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio.
No plano internacional, Nei Lopes apresentou-se em 1997 em Angola, em espetáculos nas cidades de Luanda, Benguela, Lobito e Lubango, nas comemorações do “Festival do Trabalhador”, em 1987; e em Havana, Cuba, no “Festival Internacional da Juventude”, em 1997 e no Cubadisco, em maio de 2001.
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ), Nei Lopes é autor, também, de vasta obra publicada em livros e assemelhados, na qual se destacam: O samba, na realidade… ; a utopia da ascensão social do sambista. Rio, Codecri, 1981; Islamismo e negritude (c/ João Baptista M. Vargens). Rio, Centro de Estudos Árabes, Faculdade de Letras, UFRJ, 1982; Egungun, ancestralidade africana no Brasil (c/ Juana Elbein dos Santos). Salvador, SECNEB, 1982 [publicado como encarte do disco lp de mesmo nome]; Pagode, o samba guerrilheiro do Rio. In Notas Musicais Cariocas (org. J.B.M. Vargens), Petrópolis, Vozes, 1986; Bantos, Malês e identidade negra , Rio, Forense-Universitária, 1988; Música popular, repressão e resistência – uma cronologia. In Cativeiro & Liberdade, Rio, IFCH-UERJ, 1989; O Negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical, Rio, Pallas, 1992; Afro-brazilian music and identity. In Conexões, Michigan State University/African Diaspora Research Project, vol. 5, # 1, april, 1993; Onomástica palmarina. In Carta, nº 13, Brasília, Gabinete do Senador Darcy Ribeiro, 1994; Incursões sobre a pele (poemas). Rio, Artium, 1996; Dicionário Banto do Brasil , Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1996 (a 2ª edição revista e aumentada está no prelo, para ser lançada por Pallas Editora); Rebouças, Teodoro e Juliano, Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio, 1997; As línguas dos povos Bantos e o português do Brasil, idem. Uma breve história do Samba [publicado como encarte da coletânea de Cds “Apoteose ao Samba”] , Rio, EMI, 1997; 171, Lapa-Irajá : Casos e Enredos do Samba. Rio, Folha Seca, 1999 ; Logun-Edé: Santo menino que velho respeita (Pallas Editora, 1999); Zé Kéti, o samba sem senhor (Relume Dumará, 1999); Salve lindo pandeiro, salve salve!. In “Para Entender o Brasil”, 2000. – Artigo sobre a importância da tradição musical negra, e principalmente do samba, na música popular brasileira; A Encantadora Música do Rio. In “Guia Amoroso do Rio”, Riotur, 2000 – Pequeno esboço histórico e estético do samba do choro e da bossa-nova.
Rio, Zona Norte. Dá até samba! . In “Zona Norte: território da alma carioca”, (org. Lúcia Rito) Norteshopping, 2001 – Artigo sobre a música no subúrbio carioca; Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Inventário, em forma de dicionário, de um conjunto de informações multidisciplinares referentes ao universo das culturas africanas (as atingidas pelo escravismo europeu), afro-americanas e afro-brasileiras, constituindo um corpus de aproximadamente 7 mil entradas, contendo biografias, definições e outras informações de cunho enciclopédico, a partir de um ponto de vista brasileiro (Summus Editorial/Selo Negro, São Paulo, 2004).
Em 2001, Nei Lopes lança pela Dantes Editora, um livro, encomendado, sobre História e curiosidades bem-humoradas dos subúrbios cariocas. Chama-se “Guimbaustrilho e outros mistérios suburbanos”.
Em fevereiro de 2003, lança, pela Edições Folha Seca & Casa da Palavra, o livro “Sambeabá, o que não se aprende na Escola”. Em 2004, sua Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana é lançada pela Editora Summus.
UMA OBRA RESPEITÁVEL
Cantor
Correto intérprete de suas próprias canções, Nei Lopes tem passagem por palcos importantes, como o do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Municipal de Niterói, João Caetano, Dulcina, Rival, Memorial da América Latina e SESC-Pompéia, SP, entre outros. Em Havana, Cuba, apresentou-se no Teatro Nacional, em 1997 e 2001.
Escritor
Pesquisador sistemático das culturas africanas, Nei Lopes é autor, a partir de 1981, de vasta obra publicada em livros e periódicos.
Conferencista
Graças à sua atuação intelectual, Nei Lopes tem sido convidado a participar, como conferencista, painelista e integrante de mesas redondas em eventos realizados em locais como as universidades do Estado do Rio de Janeiro, Federal do Rio de Janeiro, Federal do Maranhão, Federal de Pernambuco, Federal Fluminense etc., sempre discorrendo sobre aspectos das culturas africanas no continente de origem e na diáspora.
Discografia:
A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes- LP (EMI, 1981)
Negro Mesmo – LP (Lira/Continental, 1983)
O Partido Muito Alto de Wilson Moreira & Nei Lopes (EMI, 1985)
Canto Banto: 300 Anos de Zumbi – CD (Saci, 1996)
Sincopando o Breque – CD ( CPC-UMES, 1999)
De Letra & Música – CD (Velas, 2000)
Partido ao Cubo – CD (Fina Flor, 2004)
O repertório dos Lps “1” e “3” foi, no todo ou em parte, lançado em CDs. E Nei Lopes tem também participações em discos coletivos ou de outros intérpretes, como Ataúlfo Júnior (1979), Alcione (1984), Grupo Fundo de Quintal (1993), Guinga (1999) e Água de Moringa (2000).
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