Os servidores federais da cultura do Rio de Janeiro decidiram paralisar por tempo indeterminado suas atividades no Estado desde ontem. Segundo o Sintrasef (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal – RJ), o movimento já atinge 80% dos funcionários do setor.
Entre as principais reivindicações estão o estabelecimento de um plano de carreira, a definição de uma tabela salarial emergencial –elevando os salários da categoria–, a realização concursos públicos e o aumento das verbas para o Ministério da Cultura.
A categoria alega que o MinC terceirizou muitos dos serviços em museus e superintendências regionais, prejudicando a qualidade das atividades em razão da grande rotatividade da mão-de-obra.
“No Rio de Janeiro, estão paradas quase todas as unidades. Algumas pararam ontem, outras estão parando hoje e outras vão parar amanhã. Está havendo uma entrada gradual [no movimento grevista]”, afirmou Paulo César Azevedo Ribeiro, vice-presidente da Associação dos Servidores do Patrimônio Histórico e Artístico (Asphan), ligada ao Sintrasef.
Entre as instituições que já estão paradas estão Museu da República, Museu Nacional de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Museu Histórico Nacional, Paço Imperial e Palácio Gustavo Capanema, segundo o Sintrasef.
Procurado pela Folha Online, o Ministério da Cultura informou que ainda não tem os números oficiais da paralisação.
“As negociações prosseguem. Todas as reivindicações foram encaminhadas para o Ministério do Planejamento, como o plano de carreira, e o ministro [Gilberto Gil] continua aguardando. Ele teria uma reunião com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] ontem, mas não teve”, afirmou Luiz Artur Toríbio, assessor de comunicação do Ministério da Cultura.
Em São Paulo, funcionários do Museu Lasar Segall e da Cinemateca Brasileira vão definir suas posições até o fim desta semana. Outros Estados como Pernambuco, Minas Gerais e Bahia também já estão em greve.
O país tem aproximadamente 4.500 servidores federais do setor da cultura, sendo que mil estão no Rio.