Curitiba: 332 Anos de História e Tradição

Da fundação como Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais à capital paranaense reconhecida internacionalmente

No dia 29 de março de 1693, o capitão-povoador Matheus Martins Leme oficializou a fundação da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Atendendo aos “apelos de paz, quietação e bem comum do povo”, realizou a primeira eleição para a Câmara de Vereadores e formalizou a instalação da vila, conforme exigiam as Ordenações Portuguesas. Mais tarde, o local passaria a se chamar Curitiba, nome que carrega suas raízes na cultura e na natureza da região.

A Origem do Nome e a Evolução Urbana

A transformação da vila e sua mudança de nome ocorreram em 1721, com a visita do ouvidor Raphael Pires Pardinho, cuja preocupação com o meio ambiente iniciou uma tradição pela qual Curitiba é reconhecida até hoje. Ele estabeleceu normas para o corte controlado de árvores, determinou a limpeza do Ribeiro (hoje Rio Belém) e regulamentou a construção de casas, exigindo que fossem cobertas com telhas e autorizadas pela Câmara. Também planejou a continuidade das ruas já iniciadas, garantindo um crescimento urbano mais ordenado.

Por muitos anos, Curitiba sofreu com a negligência dos governantes da Capitania de São Paulo, resultando em um período de extrema pobreza. No entanto, a prosperidade veio com o tropeirismo a partir de 1812. Situada estrategicamente na rota entre Viamão, São Paulo e Minas Gerais, a vila tornou-se ponto essencial para o comércio e o transporte de gado. Esse crescimento econômico levou à emancipação do Paraná em 1853, consolidando Curitiba como sua capital.

Curitiba e a Cultura do Pinheiro

O nome Curitiba tem origem na língua guarani: “kur yt yba” significa “grande quantidade de pinheiros, pinheiral”. Na época da colonização, a região era coberta por vastas áreas de Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-Paraná, cuja semente, o pinhão, é um importante alimento da culinária regional.

Uma lenda local conta que a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), ave de plumagem azulada e cabeça preta, tinha um papel essencial na propagação desses pinheiros. Ao enterrar pinhões para consumo posterior, ajudava involuntariamente no crescimento de novas árvores, garantindo a perpetuação da espécie e contribuindo para a paisagem natural que, ainda hoje, marca a identidade da cidade.

Curitiba, ao longo de seus 332 anos, preserva seu passado histórico enquanto segue como referência em sustentabilidade, planejamento urbano e qualidade de vida, sendo um exemplo de equilíbrio entre tradição e inovação.

 

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