
Em um desfile emocionante, o bloco celebrou a vida e o legado do icônico sambista, reafirmando o compromisso com a preservação da história do samba paranaense e a resistência cultural da cidade.
Na terça-feira de Carnaval de 2025, as ruas de Curitiba se encheram de emoção e saudade ao som do Bloco de Samba Boca Negra, que desfilou prestando uma homenagem inesquecível a Mestre Libânio, um dos grandes pilares do samba no Paraná. O desfile, marcado por ritmo, história e sentimento, foi mais do que uma celebração carnavalesca: foi um ato de resistência e um tributo à memória coletiva da cidade.
Fundado em 2017 por Leo Fé, o Boca Negra tem se consolidado como um guardião da história do samba curitibano, resgatando a memória da extinta Escola de Samba Colorado, a primeira do estado, criada por trabalhadores ferroviários na década de 1940. E, neste ano, a figura de Mestre Libânio foi o fio condutor de uma homenagem que ecoou não apenas nos corações dos foliões, mas na própria identidade cultural da cidade.
O bloco percorreu um trajeto simbólico, saindo debaixo do Viaduto do Capanema e seguindo até a antiga casa de Maé da Cuíca, fundador da Colorado. O percurso de aproximadamente 500 metros representou muito mais do que uma caminhada: foi um mergulho na história da Vila Tassi, comunidade operária que, apesar de despejada nos anos 1940, deixou uma marca profunda na cultura local.
O ponto alto do desfile foi a apresentação do samba-enredo “Mestre Libânio, sua história nos inspira”, composto por Bernardo Brandão, Fernando Ribeiro, Leo Fé, Marquinhos Corrêa e Ricardo Prestes Pazello. Cada verso, cada batida do tambor, reverberava a grandiosidade do mestre e sua importância para os sambistas da região. O Bloco lembrou também sambas do Mestre Maé, Cláudio Ribeiro e outros. Entre sorrisos, lágrimas e muito samba no pé, o público acompanhou o cortejo com respeito e entusiasmo, reafirmando que a memória de Libânio permanecerá viva por gerações.
Mais do que uma festa, o desfile do Bloco Boca Negra foi uma reafirmação do samba como símbolo de resistência. Em tempos onde a cultura popular tantas vezes enfrenta desafios, a homenagem a Mestre Libânio mostrou que o samba curitibano segue pulsante, vibrante e cheio de história para contar.
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