A diversidade Cultural Brasileira
Ah, Brasil, essa grande mistura de histórias e corações, que pulsa como o tambor do maracatu, que dança como a baiana rodopiando no samba, e que se reinventa na boca de quem fala e na alma de quem sente. Num país que é maior do que o próprio mapa desenha, celebramos hoje, 5 de novembro, nossa Cultura — sim, com “C” maiúsculo, porque é assim que ela nos enche o peito de orgulho e a vida de sentido.
Somos o que herdamos: dos indígenas, temos o cheiro da mata e o sabor do peixe na folha de bananeira; dos africanos, o batuque, a resistência e o dendê; dos portugueses, o gosto doce e o jeito falado que tempera nossa língua com sotaques, gírias e poesias. Mas não se engane, essa união não veio fácil: foi na luta, na resistência e no desejo de existir que esse caldo grosso e forte se formou. E é assim que resistimos até hoje, reinventando o Brasil na roda de samba, no frevo, no axé, no fandango e em cada esquina onde o povo canta e dança.
E quando falamos de sabores, meu amigo, o mundo inteiro fica com água na boca! Feijoada, acarajé, barreado, vatapá… É como se cada prato contasse um pedacinho de nossa história. Nossa comida é mais do que sustento; é memória, herança e até um pouco de protesto, porque cada garfada tem um “eu existo” misturado ali, um “eu sou” que vem de longe e fica pra sempre.
Nas crenças, a coisa é tão colorida quanto a bandeira: um pedaço de catolicismo aqui, uma pitada de candomblé ali, um pouquinho de umbanda, espiritismo e tudo mais que a gente acredita pra seguir em frente. Porque no Brasil, fé é diversidade, é uma árvore com raízes profundas que se alimenta do chão de cada povo que passou por aqui.
Ah, e como explicar o brasileiro? Talvez Mário de Andrade, com seu Macunaíma, já tenha dado uma pista. Afinal, somos esse herói sem caráter, no sentido mais puro do termo — sem uma forma só, sem uma “cara” que nos defina. Somos um pouco de tudo, um pouco de todos. Um Brasil que mora no outro, que abraça, acolhe e, por mais que a vida endureça, sempre dá um jeitinho de se refazer.
Hoje, quando a gente celebra nossa cultura, a gente tá celebrando cada sotaque, cada tempero e cada fé. Porque ser brasileiro é isso: ser um e ser muitos. É carregar no peito essa força que vem do encontro, da união e, claro, de um bocado de teimosia. Então, celebremos, porque, com todos os nossos contrastes, somos lindamente diversos — e isso é o que nos faz, no fim das contas, todos irmãos – brasileiros!
Cláudio Ribeiro
Jornalista – Compositor
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