O pontagrossense que dedicou sua vida ao carnaval, à música e à cultura, sendo uma peça-chave no cenário artístico de Curitiba, merece o reconhecimento oficial como Cidadão Curitibano.
Hoje, o samba celebra um dos seus maiores expoentes no Paraná: Nelson Santos. Aos 90 anos, este talentoso pontagrossense, que nasceu em 1934, cantor, compositor e carnavalesco, acumulou uma vida inteira dedicada à arte, à música e à preservação das tradições culturais, deixando uma marca inapagável no cenário cultural de Curitiba e além.
Nelson não é apenas um nome. Ele é um símbolo de resistência cultural, sendo o primeiro funcionário contratado pela Fundação Cultural de Curitiba. Ali, exerceu diversas funções, desde iluminador no histórico Teatro Paiol até chegar à coordenação de eventos, onde deu vida a inúmeros projetos que fortaleceram a cena artística da capital paranaense. Sua criatividade e dedicação foram visíveis, especialmente na criação do Bloco Carnavalesco da Terceira Idade Rancho das Flores, para o qual compôs inúmeras marchas e sambas, reafirmando o carnaval como um espaço de alegria e inclusão para todas as idades.
Sua parceria com o jornalista e compositor Cláudio Ribeiro foi outro ponto alto de sua trajetória. Nelson teve a honra de apresentar a Ribeiro, ainda na década de 1970, o grande compositor Claudionor Cruz, que, encantado com a cidade e sua gente, recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadão Curitibano. Curiosamente, enquanto Nelson apresentou essa honraria a outros, ele próprio ainda não recebeu o merecido reconhecimento oficial.
Diante de uma vida de dedicação à cultura curitibana, é urgente que a Câmara Municipal de Curitiba corrija essa lacuna e conceda a Nelson Santos o título de Cidadão Curitibano. Não se trata apenas de uma homenagem simbólica, mas de um reconhecimento ao homem que, ao longo das décadas, contribuiu de maneira incansável para o fortalecimento da cultura, do samba e do carnaval na cidade.
Mesmo tendo passado um período de sua vida nos Estados Unidos, onde buscou novas experiências, Nelson jamais esqueceu suas raízes. A saudade das rodas de samba, das cantorias e da sua gente fez com que ele retornasse ao Brasil, onde retomou suas atividades com ainda mais vigor.
Viúvo desde 2017 de sua amada Eliana, com quem compartilhou uma vida de amor e cumplicidade, Nelson Santos segue vivendo entre Curitiba e o Nordeste brasileiro, cercado por amigos e admiradores que o consideram um verdadeiro mestre da cultura popular. Aos 90 anos, sua voz, seu talento e sua paixão continuam a inspirar e encantar, mostrando que o samba não tem idade e que a arte, quando feita com alma, permanece viva para sempre.
Hoje, mais do que nunca, celebramos Nelson Santos, um homem que transformou o samba em poesia, o carnaval em arte, e a vida em um grande espetáculo. A hora é agora: que Curitiba retribua com o título de Cidadão Curitibano a quem tanto fez por sua cultura.
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