Do piano clássico ao sucesso internacional, o brasileiro que deu nova vida à bossa nova e ao jazz, marcou gerações e deixou um legado musical inigualável.
O icônico músico Sérgio Mendes, que faleceu hoje, dia 6 de setembro em Los Angeles, onde vivia desde os anos 60, deixou uma trajetória impressionante que abrange mais de seis décadas de carreira. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, desde o final de 2023, Mendes enfrentava complicações respiratórias.
Nascido em Niterói, em 11 de fevereiro de 1941, Mendes iniciou seus estudos de piano clássico ainda criança, frequentando o Conservatório de Música do Rio de Janeiro. Em 1956, ao ouvir um disco de jazz de Dave Brubeck, sua percepção musical mudou radicalmente. Influenciado também por Horace Silver e Art Tatum, ele passou a tocar em várias formações jazzísticas.
Enquanto isso, do outro lado da Baía de Guanabara, nascia a bossa nova, que rapidamente se tornou a trilha sonora de uma nova geração de músicos brasileiros. Mendes, entusiasta dessa nova onda musical, formou o Sexteto Bossa Rio em 1961 e participou de eventos icônicos, como o Bossa Nova Festival no Carnegie Hall, ao lado de gigantes como João Gilberto e Tom Jobim.
A mudança para os Estados Unidos em 1964 marcou um ponto de virada. Lá, Mendes fundou o grupo Brasil ’66, conhecido pela combinação de jazz, bossa nova e ritmos latinos, com destaque para os vocais femininos. O hit “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor, se tornou sinônimo de sua carreira internacional, perpetuando seu nome em todo o mundo.
Sérgio Mendes explorou sem restrições o repertório global, regravando sucessos dos Beatles e Burt Bacharach, entre outros, além de colaborar com artistas variados como Stevie Wonder, Gilberto Gil e Justin Timberlake. Seu estilo único o levou a tocar em eventos como o Grammy e a Casa Branca, e a trilha de sua vida e obra foi imortalizada em um documentário lançado em 2020.
Com uma carreira marcada pela fusão de estilos e pelo talento em reinventar a música brasileira, Sérgio Mendes deixa um legado que atravessa fronteiras e décadas. Sua música é um lembrete de tempos mais leves e alegres, com uma sonoridade que mistura tradição e modernidade em doses perfeitas de serendipidade.
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