Fundação Biblioteca Nacional premia literatura brasileira

O Ministério da Cidadania divulgou os vencedores da edição 2019 do Prêmio Literário da Biblioteca Nacional, um dos mais prestigiados do País. Com nove categorias (Conto, Ensaio Literário, Ensaio Social, Literatura Infantil, Literatura Juvenil, Poesia, Projeto Gráfico, Romance e Tradução), a premiação tem o objetivo de reconhecer a qualidade da produção editorial brasileira.

“É uma premiação de grande relevância, que a Biblioteca Nacional organiza todos os anos para contemplar as mais diversas categorias da produção literária brasileira. É muito importante reconhecer a excelência do que é produzido em nosso país”, destaca a presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Helena Severo. O prêmio é realizado desde 1994.

Vencedora na categoria Literatura Juvenil pelo livro “Minha vida não é cor-de-rosa”, Penélope Martins ressalta que o prêmio, mais do que reconhecer a trajetória dos contemplados, também mostra a riqueza da literatura brasileira. “Esta premiação fomenta nossa profissão editorial. Receber esse prêmio faz com que a gente perceba também o quanto a produção nacional é rica. Esse é o ponto de relevância. É claro que, particularmente, simboliza muito para a minha trajetória como escritora. Mas é maior do que eu. É o que nós fomentarmos no Brasil em termos de valorização da leitura”, afirma a autora.

Literatura e cidadania

Além de apoiar premiações como a da Fundação Biblioteca Nacional, o Ministério da Cidadania desenvolve outras ações para fomentar a literatura, o livro e a leitura. Em 2019, foram lançados dois editais, um para apoio à realização de feiras literárias e outro para premiação de obras sobre os 200 anos da independência do Brasil. Ambos estão com inscrições abertas até novembro.

“O livro segue sendo um importante vetor de crescimento econômico, cultural e social e o Ministério da Cidadania, reconhecendo sua importância, lançou dois editais neste ano. O dos 200 Anos da Independência visa promover nossa história e a literatura brasileira, bem como valorizar autores nacionais, e o de feiras literárias busca aproximar o público dos autores e da literatura e fomentar o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos brasileiros”, explica o secretário da Economia Criativa, Cézar Schirmer.

As inscrições para o edital de obras literárias inéditas sobre os 200 anos da Independência do Brasil, que serão celebrados em 2022, estão abertas até 25 de novembro. Ao todo, 20 trabalhos serão contemplados, com R$ 30 mil cada – o investimento total será de R$ 600 mil. Esta é a segunda edição do prêmio, que promove a literatura brasileira em todo o País. Saiba mais aqui.

Já o edital para apoio a feiras literárias está com as inscrições abertas até 10 de novembro. No total, o Ministério da Cidadania irá investir R$ 2 milhões para a realização de 11 feiras e ações literárias em todo o País. Seis eventos receberão R$ 100 mil; três, R$ 200 mil; e dois, R$ 400 mil.

Para participar da seleção pública, os eventos devem ter no mínimo uma edição já realizada e serem produzidos por organizações da sociedade civil sem fins lucrativos. Os selecionados também precisam oferecer contrapartida de 25% do valor recebido. Confira mais detalhes sobre o edital.

Confira as nove obras ganhadoras do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2019:

Conto
Elvira Vigna, por “Kafkianas”, Editora Todavia – O livro faz uma releitura dos contos do escritor tcheco Franz Kafka, com interpretações irônicas e, por vezes, cômicas, que pontuam questões sociais e do comportamento humano.

Ensaio Literário
José Miguel Wisnik, por “Maquinação do mundo: Drummond e a mineração”, editora Companhia das Letras – a partir de uma viagem à Itabira, terra natal de Carlos Drummond de Andrade, o autor faz uma análise da obra do poeta, traçando pontos em comum com a história da mineração.

Ensaio Social
Heloisa M. Starling, por “Ser republicano no Brasil Colônia: a história de uma traição esquecida”, editora Companhia das Letras – resgata o percurso das ideias republicanas no Brasil Colônia, principalmente dos conceitos de igualdade, liberdade e cidadania, e a formação da cidadania antecedendo a Independência brasileira.

Literatura Infantil
Roger Mello, por “Enreduana”, editora Companhia das Letrinhas – conta a história de Enreduana, uma poetisa e filósofa que nasceu em 2.300 a.C. na Mesopotâmia e que é considerada a primeira escritora do mundo.

Literatura Juvenil
Penélope Martins, por “Minha vida não é cor-de-rosa”, Editora do Brasil – o livro relata, de forma sensível e delicada, a história de uma adolescente que aprende a lidar com as responsabilidades, namoros, amizades complicadas, retratando com doçura o despertar para questões como o feminismo, a igualdade e os direitos humanos.

Poesia
Paulo Henriques Britto, por “Nenhum mistério”, editora Companhia das Letras – jogando com os limites de estruturas clássicas da poesia, o poeta fala sobre a solidão e o vazio. Os poemas trabalham com sentimentos subjetivos como angústia, frustração e impotência.

Projeto Gráfico
Felipe Cavalcante (ilustrador e designer), por “Clarice”, de Roger Mello, editora Global – o livro narra a história de duas crianças que vivenciam a ditadura militar e mostra seus questionamentos sobre o exercício do poder dos adultos, em que os medos e as contradições, as fugas e a opressão também são transmitidas por meio das ilustrações.

Romance
Luís Bueno, por “Paradeiro”, Ateliê Editorial – o romance tem como cenário a cidade de São José dos Campos (SP), em que três personagens, que não se conhecem, são vistos em épocas distintas, levando à reflexão sobre o permanente e o efêmero, o passageiro.

Tradução
Rosa Freire d’Aguiar, por “Bússola”, de Mathias Enard, editora Todavia – narra a história de Franz Ritter, um musicólogo apaixonado pelo Oriente e que, diante de uma doença fatal, rememora suas numerosas visitas a cidades como Istambul, Alepo, Damasco e Teerã, o amor por Sarah e suas amizades e sonhos.

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