De que vale a vida
Para o ferro do dinheiro.
De que vale o rio
Para o lucro estrangeiro.
A vida de que vale
O fio de que rio
Mesmo doce.
Ferro é duro, não tem muro
Nem doçura, nem beleza
Que detenha sua ganância
Sua ânsia de riqueza.
Da natureza em fúria,
Só a fera com sua presa,
Só o clamor da represa
De um rio estrangulado.
Pois nada escapa dos tiros
Pelo ferro disparados,
Nem suspiros de inocentes
Nem redutos de culpados.
Pois nada escapa dos socos
Pela grana desfechados,
Nem os bichos desvalidos
Nem os lucros validados.
Oswald Barroso é poeta e escritor.
Faça um comentário