Sesc Pompeia promove Projeto ‘Pensamento Negro Brasileiro’ para discutir sobre como autores negros pensam o Brasil

Os encontros propostos pelo projeto integram a residência artística Três Pretos: Valor de Uso, e reúnem autores, temas e pesquisadores em torno do pensamento preto radical no Brasil. A proposta surge da ideia de empreender um esforço de sistematização de um pensamento em processo, que é coletivo, e emerge em meados do século XIX até os dias de hoje, esboçando não apenas uma visão sobre o Brasil, mas a possibilidade de um outro Brasil.

 

O objetivo dos encontros Pensamento Negro Brasileiro é discutir a importância da obra de intelectuais negros e negras para a compreensão da realidade social brasileira. O que pode ser chamado de “pensamento negro brasileiro” configura-se então como uma das dimensões fundamentais da reflexão sobre o país, isso devido à incorporação de uma reflexão de matriz afro-diaspórica que, inevitavelmente, liga o pensamento brasileiro ao fluxo das ideias formadoras de sua identidade e de suas estruturas sócio-políticas que não se restringe à Europa ou aos Estados Unidos. Desse modo, o pensamento negro brasileiro, em seus mais diferentes desdobramentos, revela a potência de um modo de pensar que se torna urgente para a construção de um novo projeto de sociedade.

 

Confira a programação:

 

06/10: Machado de Assis e Lima Barreto – Literatura e nação.

 

As relações entre literatura e sociedade têm definido boa parte dos estudos literários no país. Que tenha emergido do contexto de uma sociedade escravocrata essas duas perspectivas fundadoras, de um lado Machado de Assis (1839-1908) e de outro, Lima Barreto (1881-1922) é algo que faz interrogar, entre outras coisas, sobre os sentidos de um projeto nacional que, da nação, exclui a “nação”. Como estes autores elaboram temática e formalmente essa experiência, fazendo desse trabalho emergir uma crítica radical?

 

Cuti é pseudônimo de Luiz Silva. Formou-se em Letras na Universidade de São Paulo. Mestre e doutor em literatura brasileira pela Unicamp. É um dos criadores da série Cadernos Negros (1978-2017) e um dos fundadores do Quilombhoje-Literatura. Tem publicações nos gêneros poesia, contos, dramaturgia e ensaios.

 

Eduardo de Assis Duarte integra o Programa de Pós-graduação em Letras – Estudos Literários, da Faculdade de Letras da UFMG e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade – NEIA Coordenou o projeto integrado “Afrodescendências: raça/etnia na cultura brasileira”.

 

13/10: Guerreiro Ramos e Clóvis Moura – Sociologias para um país.

 

Guerreiro Ramos (1951-1982) e o “personalismo negro” e Clóvis Moura (1925-2003) e sua “Dialética Radical do Negro Brasileiro” representa a articulação de duas sociologias que em suas tensões e divergências metodológicas têm em comum a centralidade da questão racial para a construção de todo e qualquer projeto de nação e de transformação social no Brasil.

 

Marcio Farias é mestre em Psicologia Social na PUC-SP e doutorando em Psicologia Social na PUC-SP. Coordenador do Núcleo de Estudos Afro Americanos (Nepafro). Membro da coordenação do Instituto Amma Psique e Negritude. Coordenador e docente do curso de extensão Violência e Sociedade: Racismo como Estruturante da Sociedade e da Subjetividade do Povo Brasileiro (2017) do Instituto Sedes Sapientiae

 

Muryatan Barbosa é professor da UFABC. Bacharel em História, Mestre em Sociologia, Doutor e Pós-Doutor em História da África, todos pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard e consultor da UNESCO-Brasil para o Programa Brasil-África: histórias cruzadas.

 

20/10: André Rebouças e José Patrocínio – Transições canceladas.

 

De um lado, um monarquista, André Rebouças (1838-1898), de outro, um republicano, José do Patrocínio (1854-1905), entre os dois amigos, o vínculo de imaginação que, da luta abolicionista, fez surgir projetos anti-óligárquicos. No destino de cada um, o apagamento de seu protagonismo como agentes decisivos nos embates que culminaram com a Abolição e a virada das elites escravistas no país.

 

Ana Flávia Magalhães Pinto professora adjunta do Departamento de História da UnB, desenvolve pesquisas articulando conhecimentos das áreas de História, Comunicação, Literatura e Educação, com ênfase em: atuação político-cultural de pensadores/as negros/as, imprensa negra, abolicionismos e experiências de liberdade e cidadania negras no período escravista e no pós-abolição no Brasil e em outros pontos da Diáspora Africana.

 

Angela Alonso é professora livre-docente do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Foi agraciada com os prêmios CNPq/Anpocs (2001), John S. Guggenheim Foundation Award (2009), Jabuti (2016) e da Academia Brasileira de Letras (2016).

 

27/10: Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez – Diáspora, panafricanismo, quilombismos.

 

O empenho de Abdias Nascimento (1935-2011), desde a criação do Teatro Experimental do Negro, até seu ativismo panafricanista e sua ação política dentro e fora do país, em diálogo com o trabalho e a militância da historiadora e antropóloga Lélia Gonzales (1935-1994), estabelecem

 

Um campo de discussão a partir da produção de conceitos e do estabelecimento de chaves teóricas que permitem, já em perspectiva histórica, reconhecer formas próprias de um pensamento que emerge dos confrontos efetivos de intelectuais negros e suas mais diversas formas de inserção na sociedade brasileira.

 

Alex Ratts é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (1998), mestre em geografia humana pela Universidade de São Paulo (1996), doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (2001), com estágio pós-doutoral em Geografia na Universidade Federal do Ceará (2015). É professor da Universidade de Goiás e colaborador do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social.

 

Weber Lopes é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal do ABC, Mestrado no programa de Pós-graduação em Ciências Sociais na UNESP de Marília. Possui graduação em História – Bacharelado e Licenciatura pelo Centro Universitário Fundação Santo André.

 

CURADORES

 

José Fernando Peixoto de Azevedo é professor na Escola de Arte Dramática e no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Estudou cinema, possui graduação e doutorado em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde defendeu tese sobre o teatro do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Atua como pesquisador nas áreas de história e estética do teatro brasileiro e do teatro negro, além de estética e filosofia contemporânea. Foi fundador, dramaturgo e diretor do Teatro de Narradores e é colaborador do grupo de teatro negro Os Crespos, além de outros coletivos teatrais como o Chai-na (Isto é um negro?). Atua também como curador. Dirigiu recentemente o espetáculo Navalha na Carne Negra e publicou, pela editora n-1, o volume da coleção Pandemia intitulado Eu, um crioulo.

 

Sílvio Almeida é pós-doutor pelo departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Direito Político e Econômico e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Professor do Curso de Graduação em Direito e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). Professor de Filosofia do Direito e Introdução ao Estudo do Direito da Universidade São Judas Tadeu (SP). Presidente do Instituto Luiz Gama (SP). Advogado em São Paulo. Autor, entre outros, de Sartre: direito e política (Boitempo, 2016) e O que é racismo estrutural? (Letramento, 2018)

 

Serviço

 

Até 3 de novembro, sábados às 17h30

 

Área de Convivência

 

Grátis. 14 anos.

 

Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.

Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia

 

Nos acompanhe!

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Para credenciamento, encaminhe pedidos para imprensa@pompeia.sescsp.org.br

 

Assessoria de Imprensa

Carola Gonzales |11 96664-2048 | carola.imprensa@gmail.com

 

Assessoria de Imprensa Sesc Pompeia:

Fernanda Porta Nova e Guilherme Barreto

Estagiários: Gabriella Zanini e Malu Mões

Coordenador de comunicação: Igor Cruz

Telefone: (11) 3871-7720 / 7776

 

Sesc Pompeia promove Projeto ‘Pensamento Negro Brasileiro’ para discutir sobre como autores negros pensam o Brasil

 

Os encontros propostos pelo projeto integram a residência artística Três Pretos: Valor de Uso, e reúnem autores, temas e pesquisadores em torno do pensamento preto radical no Brasil. A proposta surge da ideia de empreender um esforço de sistematização de um pensamento em processo, que é coletivo, e emerge em meados do século XIX até os dias de hoje, esboçando não apenas uma visão sobre o Brasil, mas a possibilidade de um outro Brasil.

 

O objetivo dos encontros Pensamento Negro Brasileiro é discutir a importância da obra de intelectuais negros e negras para a compreensão da realidade social brasileira. O que pode ser chamado de “pensamento negro brasileiro” configura-se então como uma das dimensões fundamentais da reflexão sobre o país, isso devido à incorporação de uma reflexão de matriz afro-diaspórica que, inevitavelmente, liga o pensamento brasileiro ao fluxo das ideias formadoras de sua identidade e de suas estruturas sócio-políticas que não se restringe à Europa ou aos Estados Unidos. Desse modo, o pensamento negro brasileiro, em seus mais diferentes desdobramentos, revela a potência de um modo de pensar que se torna urgente para a construção de um novo projeto de sociedade.

 

Confira a programação:

 

06/10: Machado de Assis e Lima Barreto – Literatura e nação.

 

As relações entre literatura e sociedade têm definido boa parte dos estudos literários no país. Que tenha emergido do contexto de uma sociedade escravocrata essas duas perspectivas fundadoras, de um lado Machado de Assis (1839-1908) e de outro, Lima Barreto (1881-1922) é algo que faz interrogar, entre outras coisas, sobre os sentidos de um projeto nacional que, da nação, exclui a “nação”. Como estes autores elaboram temática e formalmente essa experiência, fazendo desse trabalho emergir uma crítica radical?

 

Cuti é pseudônimo de Luiz Silva. Formou-se em Letras na Universidade de São Paulo. Mestre e doutor em literatura brasileira pela Unicamp. É um dos criadores da série Cadernos Negros (1978-2017) e um dos fundadores do Quilombhoje-Literatura. Tem publicações nos gêneros poesia, contos, dramaturgia e ensaios.

 

Eduardo de Assis Duarte integra o Programa de Pós-graduação em Letras – Estudos Literários, da Faculdade de Letras da UFMG e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade – NEIA Coordenou o projeto integrado “Afrodescendências: raça/etnia na cultura brasileira”.

 

13/10: Guerreiro Ramos e Clóvis Moura – Sociologias para um país.

 

Guerreiro Ramos (1951-1982) e o “personalismo negro” e Clóvis Moura (1925-2003) e sua “Dialética Radical do Negro Brasileiro” representa a articulação de duas sociologias que em suas tensões e divergências metodológicas têm em comum a centralidade da questão racial para a construção de todo e qualquer projeto de nação e de transformação social no Brasil.

 

Marcio Farias é mestre em Psicologia Social na PUC-SP e doutorando em Psicologia Social na PUC-SP. Coordenador do Núcleo de Estudos Afro Americanos (Nepafro). Membro da coordenação do Instituto Amma Psique e Negritude. Coordenador e docente do curso de extensão Violência e Sociedade: Racismo como Estruturante da Sociedade e da Subjetividade do Povo Brasileiro (2017) do Instituto Sedes Sapientiae

 

Muryatan Barbosa é professor da UFABC. Bacharel em História, Mestre em Sociologia, Doutor e Pós-Doutor em História da África, todos pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard e consultor da UNESCO-Brasil para o Programa Brasil-África: histórias cruzadas.

 

20/10: André Rebouças e José Patrocínio – Transições canceladas.

 

De um lado, um monarquista, André Rebouças (1838-1898), de outro, um republicano, José do Patrocínio (1854-1905), entre os dois amigos, o vínculo de imaginação que, da luta abolicionista, fez surgir projetos anti-óligárquicos. No destino de cada um, o apagamento de seu protagonismo como agentes decisivos nos embates que culminaram com a Abolição e a virada das elites escravistas no país.

 

Ana Flávia Magalhães Pinto professora adjunta do Departamento de História da UnB, desenvolve pesquisas articulando conhecimentos das áreas de História, Comunicação, Literatura e Educação, com ênfase em: atuação político-cultural de pensadores/as negros/as, imprensa negra, abolicionismos e experiências de liberdade e cidadania negras no período escravista e no pós-abolição no Brasil e em outros pontos da Diáspora Africana.

 

Angela Alonso é professora livre-docente do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Foi agraciada com os prêmios CNPq/Anpocs (2001), John S. Guggenheim Foundation Award (2009), Jabuti (2016) e da Academia Brasileira de Letras (2016).

 

27/10: Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez – Diáspora, panafricanismo, quilombismos.

 

O empenho de Abdias Nascimento (1935-2011), desde a criação do Teatro Experimental do Negro, até seu ativismo panafricanista e sua ação política dentro e fora do país, em diálogo com o trabalho e a militância da historiadora e antropóloga Lélia Gonzales (1935-1994), estabelecem

 

Um campo de discussão a partir da produção de conceitos e do estabelecimento de chaves teóricas que permitem, já em perspectiva histórica, reconhecer formas próprias de um pensamento que emerge dos confrontos efetivos de intelectuais negros e suas mais diversas formas de inserção na sociedade brasileira.

 

Alex Ratts é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (1998), mestre em geografia humana pela Universidade de São Paulo (1996), doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (2001), com estágio pós-doutoral em Geografia na Universidade Federal do Ceará (2015). É professor da Universidade de Goiás e colaborador do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social.

 

Weber Lopes é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal do ABC, Mestrado no programa de Pós-graduação em Ciências Sociais na UNESP de Marília. Possui graduação em História – Bacharelado e Licenciatura pelo Centro Universitário Fundação Santo André.

 

CURADORES

 

José Fernando Peixoto de Azevedo é professor na Escola de Arte Dramática e no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Estudou cinema, possui graduação e doutorado em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde defendeu tese sobre o teatro do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Atua como pesquisador nas áreas de história e estética do teatro brasileiro e do teatro negro, além de estética e filosofia contemporânea. Foi fundador, dramaturgo e diretor do Teatro de Narradores e é colaborador do grupo de teatro negro Os Crespos, além de outros coletivos teatrais como o Chai-na (Isto é um negro?). Atua também como curador. Dirigiu recentemente o espetáculo Navalha na Carne Negra e publicou, pela editora n-1, o volume da coleção Pandemia intitulado Eu, um crioulo.

 

Sílvio Almeida é pós-doutor pelo departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Direito Político e Econômico e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Professor do Curso de Graduação em Direito e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). Professor de Filosofia do Direito e Introdução ao Estudo do Direito da Universidade São Judas Tadeu (SP). Presidente do Instituto Luiz Gama (SP). Advogado em São Paulo. Autor, entre outros, de Sartre: direito e política (Boitempo, 2016) e O que é racismo estrutural? (Letramento, 2018)

 

Serviço

 

Até 3 de novembro, sábados às 17h30

 

Área de Convivência

 

Grátis. 14 anos.

 

Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.

Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia

 

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