Ouça “História Hoje” 24/09/: Há 184 anos, morria em Portugal, o imperador do Brasil Dom Pedro I

O primeiro Imperador do Brasil morreu em 24 de setembro de 1834, em Portugal, na mesma cama em que nasceu, aos 36 anos.

Apresentação Jose Carlos Andrade

HISTORIA HOJE
Tocador de áudio

Todo mundo conhece o personagem responsável pela Independência do Brasil. Mas, poucos sabem sobre a personalidade de Dom Pedro I.

 

Biografia de Dom Pedro I

Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil. Governou entre 12 de outubro de 1822 e 7 de abril de 1831, data de sua abdicação. Declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, e outorgou a primeira Constituição brasileira, que vigorou de 1824 até 1889 com o fim do Império.

 

Nascimento e infância

Dom Pedro I nasceu no Palácio de Queluz, Portugal, no dia 12 de outubro de 1798. Filho de Dom João e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon passou seus primeiros anos no Palácio de Queluz, cercado de governantas e professores. No dia 7 de março de 1808, com 9 anos de idade, chegou ao Brasil, junto com a família real que fugindo das tropas napoleônicas instalou-se no Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista.

 

O jovem Pedro sabia latim suficiente para ler certos clássicos da antiguidade, estudava pintura, francês, inglês e música, chegando a compor e tocar pequenas peças. Dedicava-se também à equitação. Avesso aos estudos preferia a vida ao ar livre no palácio de São Cristóvão e na fazenda Santa Cruz.

 

Em março de 1816, com a morte de sua avó Dona Maria I, rainha de Portugal, Dom João VI é aclamado rei e Dom Pedro, com 18 anos, torna-se Príncipe Real e herdeiro direto do trono, em virtude da morte do seu irmão mais velho, Antônio.

 

Primeiro casamento e filhos

Muita gente estava a par das façanhas amorosas do jovem conquistador, mas depois de demoradas negociações diplomáticas, estava a caminho do Brasil a Arquiduquesa Leopoldina Josefa Carolina, filha do imperador Francisco I da Áustria, que fora a escolhida para esposa de Dom Pedro. O casamento foi realizado no dia 13 de maio de 1817. Juntos tiveram sete filhos: Maria da Glória, Miguel, João Carlos, Januária, Paula, Francisca e Pedro de Alcântara.

 

Dia do Fico

Em 1820 Portugal passava por grave crise política e social. A Revolução Liberal do Porto se espalhou por todo pais. A Constituição era a palavra de ordem. No dia 26 de abril de 1821, Dom João VI e sua corte voltam para Portugal, ficando Dom Pedro como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal e que o Brasil voltasse à condição de colônia.

 

O decreto vindo da corte provocou grande desagrado popular. Um abaixo-assinado com oito mil assinaturas foi levado a Dom Pedro, solicitando sua permanência no Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, cedendo às pressões o príncipe declara: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”. O Dia do Fico era mais um rompimento com Portugal. A atitude de Dom Pedro desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos.

 

Independência do Brasil

Com a popularidade cada vez mais em alta, quando viajava de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Descontente, ali mesmo, em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente com a autoridade paterna e declarou: “Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!”.

 

Imperador do Brasil

De volta ao Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro de 1822, Dom Pedro foi aclamado o novo Imperador Constitucional do Brasil. A cerimônia teve lugar no Campo de Santana, hoje Praça da República. No dia 1 de dezembro, recebeu a Coroa Imperial e o título de Defensor Perpétuo do Brasil. Entre abril e novembro de 1823, reuniu-se com os Deputados eleitos para dar ao país sua primeira Carta Magna.

 

Rei de Portugal – Dom Pedro IV

Com a morte de D. João VI, em 10 de março de 1826, decidiu contrariar a Constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV. Foi a Portugal, mas constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono sua filha primogênita, de 7 anos, D. Maria da Glória, futura Dona Maria II, e nomeou regente do reino, seu irmão, Dom Miguel. Encarregou uma comissão de juristas para elaborar uma Carta Constitucional, tarefa que ficou pronta em poucas semanas, mas se tornou a mais perfeita Constituição portuguesa e a que mais tempo vigorou, por volta de oitenta anos.

 

Segundo Casamento

No dia 11 de dezembro de 1826 falece Dona Leopoldina. No dia 2 de agosto de 1829, casa-se, por procuração, com Amélia Eugênia Napoleão de Leuchtenberg, com quem teve uma filha. Aos poucos, Dom Pedro foi perdendo o prestígio. Os constantes atritos com a assembleia, a demasiada atenção dada às questões portuguesas, a crescente interferência de sua amante, Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, nos negócios do Governo o tornou impopular aos olhos dos súditos. Antes de Domitila teve outras amantes, entre elas, Noémie Thierry, Maria Benedita de Castro, Henriette Josephine, e inúmeros filhos.

 

Abdicação ao trono

Após quase nove anos como Imperador do Brasil, Dom Pedro abdicou do trono, no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com cinco anos de idade. Voltando a Portugal, com o título de Duque de Bragança assumiu a liderança na luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, com quem travou uma batalha que durou mais de dois anos. Vencendo o embate, Dom Pedro restaura o absolutismo e instala no trono português sua filha Maria da Glória, como Dona Maria II. Viveu apenas mais quatro dias após o começo do reinado de sua filha Dona Maria II.

 

Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon morreu de tuberculose, no palácio de Queluz, no dia 27 de setembro de 1834. Foi sepultado no Panteão de São Vicente de Fora, como simples general e não como rei, como determinava seu testamento. No sesquicentenário da independência do Brasil, em 1972, seus restos mortais foram trazidos para a cripta do Monumento do Ipiranga, em São Paulo.

 

História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.

Compartilhar:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*