Em 2004 foi criado o Dia Mundial do Tambor de Crioula e de seus brincantes. Com raízes africanas, a manifestação cultural é conhecida como a expressão de um povo, transformada em dança.
Apresentação Carmen Lúcia
ANTES DE OUVIR O ÁUDIO DESLIGUE O SOM DA RÁDIO BRASIL CULTURA NO TOPO DA PAGINA
O tambor de Crioula também é considerada uma demonstração religiosa que chegou ao Brasil, junto com os navios negreiros, entre os séculos 18 e 19 e se fortaleceu no estado do Maranhão, aonde sobrevive até hoje.
O som que conduz a roda é contagiante e inconfundível: a percussão é conhecida como parelha – e é formada pelas palmas das mãos batendo sem intervalos em três tambores, que ditam o ritmo. Enquanto isso, os cantadores e as dançarinas fazem a coreografia. Os homens só tocam e apenas as mulheres dançam.
As músicas são puxadas por um solista que canta palavras de improviso, também cantadas pelos outros brincantes. Os tambores são especiais: esculpidos em madeira, cobertos por couro, com a parte de cima mais larga que a de baixo. Sempre, antes de cada roda de Tambor de Crioula, o instrumento é esquentado diretamente no fogo para ter a afinação perfeita.
As danças acontecem pelos mais variados motivos: homenagem a São Benedito, padroeiro dos negros, e a santos tradicionais da igreja católica, a nascimento de crianças, festa de Preto Velho, comemoração de aniversários, reunião de amigos ou em tributo a entidades cultuadas nos terreiros de matriz afro-brasileira.
Não tem local e nem data fixa para acontecer, mas é mais comum em períodos como carnaval, São João, e em agosto, quando acontecem as rodas de bumba-meu-boi. Tradicionalmente, toda a festividade de bumba-meu-boi é encerrada com um tambor de crioula.
A dança não requer ensaios e lembra um samba de roda. A punga, ou umbigada, acontece quando há o encontro de coreiras no centro da roda e uma delas deseja sair. É um convite para que a outra dançante assuma a liderança dos movimentos. Já a rodada é quando a coreira, sozinha no centro, expande a saia e demonstra toda a alegria.
Desde 2007 o Tambor de Crioula é considerado patrimônio Imaterial do Brasil.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira
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