A petição foi apreciada pelo STF na sessão de 17 de junho de 1936. Pretendia-se evitar a expulsão (e não a extradição) da paciente, que era presa política e estava grávida. Esperava Anita Leocádia, filha de Prestes.
Infelizmente, mais vez numa página inglória da história do STF, o pedido não foi conhecido pela Corte,
Deportada no dia 23 de setembro de 1936, Olga Benário embarcou no navio La Coruña rumo à cidade de Hamburgo. Deportação por ser judia alemã. Sua gravidez não comoveu Getúlio Vargas, que assinou o decreto de expulsão no dia 28 de agosto. E Getúlio entregou-a à Alemanha Nazista de Adolf Hitler. Olga tentou, ainda, ter o filho no Brasil, e apelou. Não obteve sucesso e acabou morrendo em um campo de concentração, aos 34 anos, em 23 de abril de 1942.
Olga Benário, mulher do líder comunista Luiz Carlos Prestes, teve sua história contada em livro e filme. Chegou ao Brasil em abril de 1935, acompanhando Prestes, que planejava uma revolução armada no país. Fingiram ser um casal de portugueses e ficaram na clandestinidade. Em novembro de 1935 eclode a Intentona Comunista, reprimida pelo governo Vargas, que declara guerra aos opositores.
Em março de 1936, Olga e Prestes são presos e tem início o processo de deportação de Olga. Da Europa, a mãe e a irmã de Prestes articulam uma campanha para manter Olga no Brasil, pois temiam por seu destino nas mãos dos nazistas. Olga recorre à Corte Suprema dos Estados Unidos do Brasil, antigo nome do Supremo Tribunal Federal. Sem sucesso. Em 17 de junho os ministros confirmam a ordem de expulsão dada por Getúlio Vargas.
O advogado de Olga tentou de tudo e chegou mesmo a dizer, no recurso, que ela havia errado ao participar do levante comunista e que deveria cumprir a pena no Brasil. Chegou a dizer que “o decreto de expulsão será a sentença de morte proferida ao mesmo tempo contra a mãe e o filho”. Em vão.
Olga chegou à Alemanha no sétimo mês de gestação e foi levada para uma prisão feminina da Gestapo, onde nasceu sua filha Anita Leocádia, hoje historiadora. Da prisão foi enviada para os campos de concentração de Lichtenburg, Ravensbrück e Bernburg, onde foi assassinada na câmara de gás no dia 23 de abril de 1942.
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