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Se no conteúdo “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, publicado em 1881, já é inovador e provocativo, em sua forma é mais ainda. “Machado de Assis conversa abertamente com o leitor, rompendo com diversos conceitos da escrita linear ou formal. Ora erudito, ora popular, ora didático, ora poético ao extremo, ele desliza sua literatura em pouco mais de 300 páginas de puro prazer e genialidade”, conta Bueno.
Adaptar “Memórias Póstumas de Brás Cubas” para o teatro, apropriando-se da invenção machadiana é, ao mesmo tempo, uma reverência e uma homenagem ao maior romancista brasileiro. “Levar esta história para o teatro é puro exercício de interpretação. Mais do que criação de personagens, é colocar o ator num estado de interpretação onde a intimidade da plateia aprofunda-se à medida que a literatura assim exige”, explica o diretor, que também fez a adaptação da montagem.
Machado de Assis foi um escritor, pensador, quase filósofo. Deixou para as gerações um pensamento profundo sobre o homem e sua relação com a vida, com a política, com a família, com o próximo. Às vezes pessimista, às vezes irônico, às vezes suave e poético; ele continua tendo muito a dizer para as novas gerações. “Encená-lo é abrir uma porta para o melhor da cultura brasileira e uma oportunidade rara de pensar e refletir com o teatro e com a escrita original de um dos mais importantes romancistas de nosso país”, opina Bueno.
Serviço:
MEMÓRIAS PÓSTUMAS + MACHADO DE ASSIS
Adaptação e direção de Edson Bueno.
Elenco: Diogo Biss, Robysom Souza e Thierry Lummertz.
Produção: Grupo Delírio Cia. De Teatro.
Local: Mini Auditório do Teatro Guaíra – Rua Amintas de Barros, s/nº. Curitiba-PR. Temporada – 21 de maio a 7 de junho de 2015.
De quinta a domingo, às 20h.
Ingresso: 43,00 (inteira) e 21,50 (meia – estudantes, classe teatral, maiores de 60 anos e doadores de sangue).
FOTOS: Léo Dalledone
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