Cuiabá vai ganhar um novo espaço

 

 

 

 

Os mato-grossenses ganharão um novo espaço artístico-cultural que deve entrar em funcionamento no mais tardar até início de 2009. Será o Museu de Arte de Mato Grosso (MAMT), que funcionará no Moitará Sebrae Center (avenida Lava Pés), graças a uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e a Prefeitura de Cuiabá. O local, além de abrigar o acervo do órgão estadual, composto por centenas de peças, será utilizado para exposições itinerantes, oficinas e palestras.

 

O projeto de criação do MAMT foi lançado nesta terça-feira, com a assinatura do contrato de comodato entre o Sebrae-MT, Governo do Estado e Prefeitura e a assinatura do decreto que institui o museu. A ação atende a um antigo anseio de produtores culturais e artistas plásticos que reivindicavam locais mais adequados para eventos como exposições. O próprio secretário de Estado de Cultura, Paulo Pitaluga, ressaltou a necessidade ao lembrar que a SEC transformou um de seus espaços em galeria para suprir a necessidade, mesmo sem que apresentasse as condições ideais.

 

O MAMT será instalado num dos prédios mais significativos do fim do século passado, em Cuiabá. O Moitará Sebrae Center foi erguido em 1996 como o pioneiro a ser feito com estruturas metálicas. O projeto, desenvolvido pelo arquiteto Ademar Poppi, havia sido idealizado para abrigar eventos, mas a construção do Centro de Eventos do Pantanal acabou fazendo com que perdesse a função inicial. O superintendente do Sebrae-MT, José Guilherme Ribeiro, explica que o novo prédio, além de ser bem maior, tem um outro escopo de trabalho, servindo a vários tipos de atividade.

 

Segundo ele, a decisão de ceder o Moitará para a instalação do MAMT foi tomada no ano passado pelo conselho deliberativo do Sebrae-MT. Uma forma de fazer com que o prédio mantivesse um de seus objetivos primais, o de fomentar o empreendedorismo cultural. Além disso, acrescentou Ribeiro, será importante para que seja promovida a valorização da cultura mato-grossense, considerada por ele muito rica já que deriva da miscigenação de vários povos, índios, negros e brancos (europeus). “A gente não pode nunca desprezar essa grande riqueza. É um patrimônio fantástico”, frisou.

 

A decisão, lembrou, foi de encontro à uma das prioridades da Secretaria de Cultura, que é o estímulo à criação de museus. “Coincidiu, o que nos deixa extremamente felizes, porque o que a gente acha é que não é só questão de empreendedorismo, mas também uma forma de educar um povo, fazer com que as gerações mais novas, as pessoas conheçam os artistas e eles também se conheçam”. Ali, vislumbra ele, crianças, jovens e adultos terão acesso a esses criadores e suas obras. Espera inclusive que isso contribua para estimular o aparecimento de novos valores, novos artistas em todas as áreas do fazer artístico.

 

Para o superintendente, também será importante para que o Estado receba mostras e exposições que até então eram inviáveis. “Em outros momentos Cuiabá e Mato Grosso já foram procurados para grandes exposições de arte, nacionais e internacionais, e pelo fato de nós não termos espaços nas condições que os expositores exigiam não pudemos receber”.

 

Com os intercâmbios, opina, ganharão tanto o público quanto os artistas locais. “Somos um Estado mediterrâneo e, sendo assim, estamos bem longe dos grandes centros. Nós não podemos levar uma grande quantidade de pessoas para o Rio e São Paulo, temos que trazer a cultura para cá e assim provocar”, diz.

 

Ribeiro ressalta ainda o que considera outras vantagens, como a localização estratégica, próximo a um shopping, com linhas de ônibus que vêm tanto do centro da cidade como dos bairros.

 

O secretário Paulo Pitaluga afirma que está muito contente com a oportunidade, que atende também a um pedido do próprio governador do Estado. Ele considera o prédio um espaço de grande beleza plástica e lembra que foi premiado nacionalmente por sua arquitetura. Tem, portanto, uma vocação natural para abrigar instalações de cunho cultural e artístico.

 

A construção, no entanto, terá que passar por algumas obras adianta ele. A idéia é eliminar algumas intervenções que foram feitas pelo Sebrae, a fim de que atendesse às suas antigas necessidades. “Vamos tirar essas intervenções, deixar o prédio de acordo com o projeto original”. Haverá ainda obras para adequar sistemas de iluminação e climatização, cujos projetos deverão ser feitos por especialistas no assunto, frisa.

 

Pitaluga explica que serão desenvolvidos projetos para a utilização dos espaços – o imóvel possui aproximadamente 2.800 metros quadrados, dois pisos, três salas para cursos, um salão de exposições e área de alimentação. Mas já está certo que, por exemplo, o Moitará abrigará uma exposição permanente com o acervo da Secretaria de Estado de Cultura, que possui cerca de 500 obras de artistas regionais e alguns poucos trabalhos de artistas de fora. “Também faremos exposições temporárias, com trabalhos de artistas de Mato Grosso e do restante do Brasil e até internacionais. Ele garante que será um museu dinâmico, com biblioteca, palestras, oficinas de arte.

 

A maneira como será administrado ainda vai ser formatada. “Vamos tocar com parcerias com terceiro setor, entidades da sociedade organizada. O Estado não vai tocar aquilo sozinho”, salienta, informando que, em vista de tudo o que precisa ser feito, o MAMT só deverá funcionar mesmo a partir do ano que vem.

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