Bienal do Rio chega aos 30 anos e traz recorde de 27 autores estrangeiros

A XVI Bienal do Livro Rio chega aos 30 anos de programação cultural com números expressivos – a partir do dia 29/08 até 08/09, no  Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro. Entre mais de 100 sessões de debates  literários, e novos espaços, como o Placar Literário, para temas que envolvam o  futebol, a organização do evento confirmou a presença de 27 autores  estrangeiros, recorde da Bienal, que trouxe 21 em 2011, e 18, em 2009.

Da lista, destaque para o norte-americano Nicholas Sparks, autor  de best-sellers como Diário de uma Paixão e Querido John, e  com livros impressos em mais de 40 línguas ao redor do mundo. Outro membro da  lista que chama a atenção é James C. Hunter, de O Monge e o Executivo,  livro de autoajuda que já vendeu mais de três milhões de exemplares no  Brasil.

Mia Couto, do Moçambique, recentemente congratulado com o Prêmio  Camões, o mais importante da língua portuguesa, também marcará presença, ao lado  do argentino Cesar Aira, e da norte-americana Sylvia Day, do best-seller  Toda Sua, do gênero da literatura erótica, dentre outros nomes de  relevância na literatura contemporânea.

Em 2013, a Bienal do Livro Rio homenageará também a Alemanha, como  é de praxe em cada edição do evento, dentro do ano do Brasil na Alemanha – o  país será homenageado na Feira de Frankfurt. Tendo deste cronograma, onze  escritores alemães estarão no Rio de Janeiro, dentre eles Wladimir Kaminer  (Balada Russa), Reinhard Kleist (Cash) e LLija Trojanow (O  Colecionador de Mundos).

“São autores de uma nova cena alemã, com ideias convergentes no  sentido de trabalharem com as mais diferentes linguagens. O segundo ponto é que  grande parte possui dupla nacionalidade, com outras raízes, fato que só expande  ainda mais o leque cultural deste encontro que é do escritor com o público, mas  também entre os próprios escritores”, explicou o escritor e crítico literário,  Ítalo Moriconi, curador desta Bienal do Café Literário, ponto de encontro de
autores do mundo todo com o público ao longo dos 11 dias de evento.

“A característica que está sendo acentuada é a pluralidade. A  gente arma uma programação de variadas dimensões. Queremos atingir o público  geral com os seus segmentos e interesses diversos. Vamos ter do cult ao  mainstream. É para oferecer um quadro dos autores e leitores contemporâneos”,  complementa o curador, sem deixar de lembrar que as manifestações recentes, por  mais que não tenham um painel específico, “vão ser temas inevitáveis dos debates
dentro da fluidez das conversas”.
Painel Literário
Uma das novidades da XVI  Bienal será um local próprio de discussão do futebol – tendo em vista o período  entre Copas que o Brasil vive (Copa das Confederações e Copa do Mundo, no ano  que vem), como sustenta o curador das discussões, o jornalista e escritor João
Máximo.

“Nunca se editor tanto livro sobre futebol no Brasil como agora”,  afirmou o curador do Painel Literário, que vai promover uma mesa de debates  especificamente sobre esse tema – se é saudável, ou não, se ter este “boom” de  publicações sobre a paixão nacional brasileira. As discussões prometem ainda  “desmentir o mito de que Graciliano Ramos não gostava de futebol, e profetizou  que o futebol não pegaria no Brasil, o que é uma grande mentira”.

Especificamente sobre o Rio de Janeiro, um painel exclusivo para  tratar, junto com uma nova geração de escritores, os quatro grandes clubes da  capital fluminense, representados, cada um, pelo “coração boleiro” de nomes como  “O Flu de Nelson Rodrigues”, “O Botafogo de Paulinho (Mendes Campos)”, “O Fla de  Zé Lins (do Rego)” e “O Vasco de (Carlos) Drumond de Andrade”.

“Destaco ainda dois debates importantes: ‘nós somos ainda o país  do futebol?’. “Depois da vitória na Copa das Confederações, e um mês depois o  Santos é massacrado pelo Barcelona? É a mesa mais parecida com mesa redonda de  TV. E outra sobre a Copa de 2014: foi um bom negócio para nós, estamos nos  beneficiando disso, existirão os tais legados? Em geral, é isso, quis me aproximar da discussão do futebol mais do que os livros que estão sendo  escritos”.

A Bienal do Livro do Rio traz ainda outra novidade: o Acampamento  da Bienal, voltado ao público jovens que, dentre temas que tratam, por exemplo,  do novo advento das questões audiovisuais, trará ainda a “Máquina de Ler”. Nela,  trechos do livro Capitães de Areia, de Jorge Amado, vão se apresentados  aos jovens que “vão entrar num casulo e ler um trecho que foi apresentado sem  ser planejado para a pessoa. Duas vezes ao dia sofre um upload que vai
reconstituindo a leitura”, explicou o curador João Alegria.

Destaque ainda para o palco de discussões femininas batizado de Mulher & Ponto, que terá à frente a jornalista de arte e cultura, Bianca
Ramoneda. “Serão assuntos onde o calo da mulher aperta mais. Teremos uma mesa de
dieta, de moda, comportamento na rede, educação, e homenagem a Lígia Fagundes
Teles. Vamos tratar ainda dos livro Cinquenta Tons de Cinza. “Não
resisti, vamos ter que brincar sobre isso”, confessou a jornalista.
XVI Bienal do Livro Rio

Local: Riocentro (Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da
Tijuca)

Horários: dia 29/08, das 13h às 22h. Dias de semana, das 9h às
22h. Fins de semana, das 10h às 22h.

Ingressos: R$ 14 (com meia entrada)

Gratuidade: professores de escolas e universidades da rede pública
de ensino, bibliotecários (apresentar carteira profissional), profissionais da área, autores e menores de um metro de altura.

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