Escultura de artista do Paraná será dada por Dilma ao papa Francisco

A escultura Frade Lendo, do artista paranaense João Turin, será entregue pela presidente Dilma Rousseff ao papa Francisco durante a visita ao Rio, nesta semana, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), como um presente do governo brasileiro. A obra com 44 centímetros de altura e 16,5 quilos, foi criada pelo artista durante os anos 40 e fazia parte de um acervo com 343 obras de Turin guardado em Curitiba. A escultura teve a aprovação da presidente durante a mais recente passagem pela capital paranaense, em junho, e foi encaminhada para Brasília na semana passada.

Segundo o administrador das obras e coordenador de projetos Maurício Appel, a escolha da peça deu-se pela semelhança que ela tem com o atual papa. “Nós acompanhamos a escolha do novo papa e vimos que ele é uma pessoa muito ligada à natureza, tem uma simplicidade
franciscana e então fomos à busca de uma obra que era a imagem de São Francisco, essa escultura, porém, tinha 20 centímetros, mas ao seu lado estava o Frade Lendo, em gesso e na base dela um jornal da época que fazia menção a uma visita papal, foi o sinal para que a escolhêssemos”, disse.

A partir daí a obra, que estava em gesso, foi encaminhada para uma fundição e recebeu um tratamento conhecimento como cera perdida, recebendo massa refratária e bronze. “Mostramos o material para a presidente Dilma Rousseff, em junho, e ela gostou, aprovou a peça como um presente e a encaminhamos para Brasília; e o fato de trabalharmos em uma obra que seria entregue ao Papa deixou todas as pessoas envolvidas bastante emocionadas”, afirmou.

A escultura, na visão de Appel, tem muita relação com o papa. “Turin teve uma vida muito difícil, simples e tinha uma relação muito grande com as coisas relacionadas à natureza, aspectos que o atual Papa demonstra ter”, disse. O artista nasceu em Morretes, no
litoral paranaense, em 1875, e teve a arte influenciada pela art-nouveau, art-deco, e Rodin, além de ter passado pela Academia Real de Bruxelas (Bélgica) e em Paris; e a partir daí, segundo os especialistas, criou uma linguagem própria para desenvolver sua arte. Entre as inspirações de Turin estavam os animais do zoológico, local em que ia às noites para observá-los e em seguida esculpir suas formas.

Atualmente, o acervo completo de Turin, que morreu em 1949 – adquirido pela família Lago em 2011 junto ao sobrinho do artista, Jiomar Turin -, passa por um processo de resgate e restauração. Além de ter todas as esculturas restauradas, peças inéditas como a Frade, que até hoje só existiam nos moldes originais em gesso estão sendo fundidas no Ateliê João Turin, em Curitiba.

 

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