Pelourinho é um dos locais mais visitados de Salvador

Dizem que para entender os segredos da capital da Bahia é preciso ser baiano também, nem que seja por alguns dias. Para isso, deixe-se levar pela cidade sincrética de todos os santos que vai além do famoso Carnaval dos trios elétricos e recebe turistas de portas e janelões coloniais abertos durante o ano inteiro.

Não podemos negar que Salvador é palco de uma grande festa que atrai mais de dois milhões de foliões todos os anos, mas vale a pena conhecer com calma o que atraiu tantos interesses estrangeiros desde a descoberta da Baía de Todos os Santos, em 1501.

Desde o início, a região tornou-se ponto de referência de navegadores e passou a ser o lugar mais visitado do Novo Mundo. E quem poderia perder de vista terras tão lindas com 50 quilômetros de praias de águas esverdeadas, piscinas naturais e morros estratégicos com vistas para a baía e para o oceano?

Tanta gente já passou por ali que, hoje, Salvador é de todos os santos, de todas as raças e de todas as crenças. Primeiro, foram os portugueses; em seguida, os negros escravos trazidos da África que deram duro na construção da primeira capital do Brasil; e logo, os holandeses com sua permanência relâmpago de 11 meses. Até a família real de Portugal refugiou-se em terras baianas.

As misturas estão presentes também na religião. De um lado, o catolicismo trazido da Europa materializado em 365 igrejas, como garantem os soteropolitanos; do outro, uma África negra desgarrada de suas terras de origem que não abandonou sua devoções aos orixás. E no meio, uma Bahia disposta a receber todos os santos.

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