O cantor e compositor João Nogueira (João Batista Nogueira Júnior) nasceu em 12/11/1941 e faleceu em 5/6/2000. Carioca, aprendeu a tocar violão com o pai, o advogado e músico João Batista Nogueira, que chegou a participar, como violonista, do regional de Rogério Guimarães. Aos 15 anos, começou a compor junto com a irmã, a compositora Gisa Nogueira.
Morador do bairro do Meyer, aos 17 anos passou a freqüentar o bloco carnavalesco Labareda do Meyer, do qual chegou a ser diretor. Por essa época, seus sambas eram conhecidos apenas pelo pessoal do bloco. Por meio de um deles, Airton Silva, filho do saxofonista Moacir Silva (então diretor da gravadora Copacabana), conseguiu, em 1968, gravar sua composição Espera, ó nega, acompanhado por um conjunto de samba que, depois, passaria a ser chamado de Nosso Samba.
Em 1970 gravou Corrente de aço. Paulo Valdez, compositor e filho da cantora Elisete Cardoso, também freqüentador do bloco, mostrou a ela suas músicas; logo depois, Elisete regravou Corrente de aço. Nessa época, procurou Adelson Alves, que fazia um programa na Rádio Globo, para ser seu produtor.
Em 1971, Adelson produziu a gravação de duas composições suas, quando atuou também como cantor: Mulher valente é minha mãe e O homem de um braço só (homenagem a Natal, presidente da Portela), incluídas no LP Quem samba fica.
Ainda em 1971, Clara Nunes lançou Meu lema (com Gisa Nogueira) e Morrendo de verso em verso, e Eliana Pittman gravou Das duzentas pra lá. Nesse mesmo ano, com Sonho de bamba, venceu um concurso na Portela, passando a integrar a ala dos compositores da escola de samba. Sonho de bamba foi gravado por ele em 1972, ano em que lançou um LP com músicas suas e de outros compositores, e um compacto com Espelho (com Paulo César Pinheiro) e Valsa feliz.
Em 1974 lançou o LP E lá vou eu e, no ano seguinte, o LP Vem quem tem, em que se destacam as faixas Mineira (com Paulo César Pinheiro) e Chorando pelos dedos (com Cláudio Jorge). Fez apresentações em shows do Teatro Opinião, Teatro Santa Rosa e outros. Apresentou-se em 1977 nas principais capitais do Brasil, ao lado de Cartola, no Projeto Pixinguinha. Lançou o LP Espelho (Odeon), com destaque para a música-título e O passado da Portela (Monarco).
Em 1978 lançou o LP Vida boêmia (Odeon), ao lado de Sérgio Cabral. No ano seguinte, montou o show Carioca, suburbano, mulato e malandro. Lançou o LP Clube do samba (Polygram), com destaque para Súplica (com Paulo César Pinheiro) e Enganadora (Monarco e Alcides Dias Lopes).
Em 1980 lançou o LP Na boca do povo, com várias parcerias suas com Paulo César Pinheiro. No ano seguinte, saiu o LP Wilson, Geraldo e Noel, homenageando Wilson Batista, Geraldo Pereira e Noel Rosa com a interpretação de suas obras.
Em 1982 gravou o LP O homem dos quarenta, com Pimpolho moderno (Nelson Cavaquinho e Gerson Filho). Em 1983 mudou da gravadora Polygram para a RCA e lançou o LP Bem transado, com destaque para Se segura, segurança (com Edil Pacheco e Dalmo Castelo) e Um ser de luz (com Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte).
Gravou em 1984 o LP Pelas terras do pau-brasil, com destaque para Dois de dezembro — dia do samba (com Nonato Buzar e Paulo César Feital). Em 1985 lançou o LP De amor é bom, com a faixa-título (com Edil Pacheco) e É disso que o povo gosta (Carlinhos Vergueiro). Veio em 1986 o LP João Nogueira, com produção de Cristóvão Bastos, e em 1987 o LP João (selo Idéia Livre), com Cachaça da rolha (com Paulo César Pinheiro) e Maria do Socorro (com Carlinhos Vergueiro).
Em 1992 lançou o LP Além do espelho (Som Livre), só de parcerias com Paulo César Pinheiro. Em 1994 saiu o CD Parceria (Velas), em que canta suas composições com Paulo César Pinheiro ao longo de 22 anos, gravado ao vivo num show com a participação do parceiro.
Lançou em 1995, pela gravadora Lumiar, o CD Chico Buarque — Letra & Música (acompanhado pelo pianista Marinho Boffa), da Série Letra & Música, produzida por Almir Chediak, que conta com a participação de Leny Andrade no dueto de Sem fantasia .
Presidente do Clube do Samba, fundado, em 1979, por ele e outros sambistas famosos, como Alcione, Martinho da Vila e Beth Carvalho, faleceu aos 58 anos de idade de enfarte em sua casa. Portelense e flamenguista, o sambista apresentava debilitado estado de saúde nos últimos tempos: havia sofrido cinco derrames, uma isquemia cerebral e um acidente vascular cerebral. O enterro aconteceu às 17h, no cemitério São João Batista, no Rio.
Obras:
Batucajé
(c/Wilson Moreira), 1977; Clube do samba, 1979; De amor é bom (c/Edil Pacheco), 1985; É disso que o povo gosta (Carlinhos Vergueiro), 1985; Espelho (c/Paulo César Pinheiro), 1977; Jornal cantado (c/Paulo César Feital), 1985; Maria do Socorro (c/Carlinhos Vergueiro). 1987; Minha missão (c/Paulo César Pinheiro), 1982; O poder da criação (c/Paulo César Pinheiro), 1980; Um ser de luz (c/Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte), 1983; Súplica (c/Paulo César Pinheiro), 1979; Xingu (c/Paulo César Pinheiro), 1984.
CDs:
Parceria: João Nogueira e Paulo César Pinheiro
, 1994, Velas 11V046; Chico Buarque — Letra & Música (c/Marinho Boffa), 1995, Lumiar L107739-2.
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