90 anos de Paulo Freire

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, participou, em Brasília, da Sessão Solene, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em comemoração aos 90 anos de nascimento do educador Paulo Freire. Na ocasião, foi lançado o livro Comunicação e Cultura: as ideias de Paulo Freire, de Venício A. de Lima. A Câmara Legislativa do DF realiza ainda hoje (20) o I Encontro Paulo Freire no Distrito Federal – Para Ler e Reler o Brasil.

Para a ministra Ana, as comemorações direcionadas a Paulo Freire “são o mínimo que devemos ao legado que eles nos deixou”. Segundo ela, o educador é um referencial na área de educação e cultura não apenas no Brasil. “O mundo inteiro estuda os seus ensinamentos”, lembrou a ministra.

A ministra destacou ainda que o MinC criou, no ano em que se comemoram os 90 anos do pedagogo, a Diretoria de Educação e Comunicação, que tem por objetivo desenvolver ações em parceria com o Ministério da Educação. O foco principal dessas ações é o desenvolvimento da Política Nacional de Educação para a Cultura, que promova o reconhecimento das artes como campo do conhecimento e dos saberes culturais como elemento estratégico para a qualificação do processo cultural e educativo.

 

“Essa diretoria tem uma importância fundamental porque a educação e a cultura não podem ficar separadas. A cultura precisa da educação e vice-versa”. De acordo com a ministra, a Diretoria de Educação e Comunicação já está trabalhando, com o Ministério da Educação, o desenvolvimento de ações e programas que visem o melhor aproveitamento das políticas públicas voltadas para a cultura e a educação.

A solenidade na Câmara Legislativa do Distrito Federal contou com a presença do secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, do secretário de Estado da Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, da diretora de Educação e Comunicação do MinC, Juana Nunes Pereira, e do deputado distrital e presidente da Câmara Legislativa do DF, Patrício.

Pedagogia do oprimido

Nascido em 19 de setembro de 1921, em Recife, Paulo Freire (1921-1997) contestou a forma de aprender e ensinar. Ele foi um pensador comprometido com a vida. O educador pensava a existência humana a partir da luta dos oprimidos como camponeses e favelados e dedicou-se a formular uma pedagogia da liberdade e da emancipação humana. Paulo Freire acreditava que o professor é um constante aprendiz e que o aluno é um sujeito ativo e participativo do processo de aprendizagem.

O pedagogo disse que gostaria de ser lembrado como “alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida”. Embora seja mais conhecido pela criação de um método de alfabetização de adultos, Paulo Freire construiu uma teoria do conhecimento que continua inspirando pesquisadores dedicados aos estudos de filosofia, comunicação, arte, física, matemática, biologia, geografia, história, literatura, economia, medicina, entre outros campos de atuação.

Dentre as principais obras de Paulo Freire estão: Pedagogia do oprimido (1968), Extensão ou comunicação? (1971), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992), e À sombra desta mangueira (1995). O educador também foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa em 39 universidades no Brasil e no mundo.

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