“Ninguém falou que seria fácil”

Em cena, uma discussão de casal inicia um vertiginoso jogo de troca de papéis. Um homem se torna pai, mas não quer deixar o colo da mãe, uma filha argumenta racionalmente sobre as razões para não largar a chupeta, irmãos disputam comida, espaço e carinho. Recriando os embates violentos e delicados que nos acompanham desde o pátio do jardim de infância, Ninguém falou que seria fácil traz as relações familiares para o centro da arena.

A peça mistura o cotidiano e o inusitado em uma estrutura fragmentada que inclui filmes franceses dos anos 70, dança contemporânea, dramas familiares, exercícios metalinguísticos e fábulas para crianças. Felipe Rocha, Renato Linhares e Stella Rabello dão forma a uma trama escrita quase aos olhos da plateia, desvendando a dramaturgia em cena. Entre as marcas da narrativa de Ninguém falou que seria fácil estão o humor, a ironia, os jogos de linguagem e as brincadeiras anárquicas de desconstrução e reconstrução das convenções teatrais. Um humor situado entre os Trapalhões e o grupo Monty Phyton; referências a um pop nostálgico, que vai de Jean-Paul Belmondo a filmes B de ficção científica, tudo marcado por um desejo de liberdade narrativa. A exploração de novas formas de estar em cena, mais a cumplicidade fluida do trio de atores resulta em um espetáculo vigoroso, de humor perturbador e energia contagiante.

Serviço
Texto: Felipe Rocha | Direção: Alex Cassal / co-direção: Felipe Rocha
Elenco: Felipe Rocha, Renato Linhares e Stella

até 26 de agosto de 2011 – Teatro Glaucio Gil (124 lugares)
Pça. Cardeal Arcoverde s/n°, Copacabana, tel. 2332-7904.
Quintas e sextas, às 21h | Ingresso: R$ 30,00 (inteira).
Classificação: 14 anos | Duração: 90 minutos | (No dia 12 de agosoto não haverá espetáculo).

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