Há três anos em processo de modernizaçao – que recentemente deu ao público escadas rolantes, cafeteria e a revelaçao de pisos originais do século XVIII – o Museu Histórico Nacional, no Rio, agora vai mudar toda a disposiçao das suas mostras permanentes e temporárias. A etapa final do processo começa a ser posta em prática ano que vem, segundo a diretora da casa, Vera Tostes.
O projeto de modernizaçao do museu já consumiu cerca de R$ 4 milhoes. Segundo Vera, está em fase de aprovaçao o repasse de mais R$ 1,6 milhao, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que serao gastos na criaçao de um circuito de mostra permanente sobre a História do Brasil, no primeiro andar da casa.
“Queremos começar pela Pré-História brasileira e ir até os dias atuais. Com isso, vamos mostrar, pela primeira vez numa mostra permanente, as partes Pré-Histórica e indígena do nosso acervo” – ressalta a diretora. “Na parte final, uma idéia é misturar imagens virtuais do país a um espelho, onde o visitante se veria”.
Reserva técnica agora pode ser vista por vidros
A expectativa é de que o repasse do BNDES seja aprovado até o próximo dia 23, data-limite para a liberaçao de verbas do banco, segundo Vera. Liberados os recursos, começam as obras, que, segundo ela, devem ir até dezembro de 2008.
Já as mostras temporárias ficarao todas em volta do pátio dos canhoes, atualmente em obras de restauraçao, que devem ser concluídas no fim de janeiro – quando entao o pátio será aberto à visitaçao.
“A inauguraçao oficial de tudo será em 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, com a presença do ministro Gilberto Gil” – completa Vera.
O segundo andar também entrou na dança:
“Faremos uma obra emergencial de sustentaçao do piso do segundo andar. É onde ficam os setores administrativos, que serão redistribuídos e terão baias no lugar das salas.”
Foi com as últimas obras de reforma, ao longo deste ano, que se descobriu o piso original do museu, de 1764, sobre o qual hoje estao carruagens do mesmo período, dentro da mostra permanente “Do móvel ao automóvel”, inaugurada em outubro. Também nessa época a reserva técnica do museu foi aberta ao público, que continua sem acesso a ela, mas agora pode vê-la através de vidros. Outra mudança foi a abertura de um pátio no lugar de um depósito, que, devido à umidade e aos focos de cupim, punha em risco o próprio acervo do museu.
Além das verbas do BNDES, o processo de modernizaçao foi realizado com R$ 1,98 milhao da Caixa Econômica Federal, R$ 284 mil da Holcim, empresa suíça de construçao, e cerca de R$ 2 milhoes do Ministério da Cultura (MinC). No total, sao R$ 6 milhoes de investimento.
“Antes de haver a figura do diretor federal da área de museus (atualmente José do Nascimento Jr.) , nós é que tínhamos de ir às empresas captar recursos, o que era bem complicado” – analisa Vera Tostes. “Todos os governos sempre apoiaram o museu, mas nas outras gestoes os recursos vinham pingados. Entao, nao dava para começar uma coisa grande como a que estamos fazendo agora se havia o risco de nao podermos terminá-la.”