A escola de samba Vai-Vai é a campeã do carnaval de São Paulo. Centenas de torcedores acompanharam a apuração das notas no Anhembi. Foram rebaixadas as escolas Unidos do Peruche e Nenê da Vila Matilde.
A partir de agora, será feita a apuração das vencedoras do Grupo de Acesso. Duas escolas subirão para o grupo de elite do carnaval paulistano
O desfile da Vai-Vai emocionou o público no Anhembi. O homenageado da escola, o maestro João Carlos Martins, atravessou a passarela chorando. O
o pianista que virou regente aos 60 anos de idade, após sofrer sério problema nas mãos, gesticulava como se estivesse diante de uma orquestra, enquanto as pessoas cantavam o samba sobre sua trajetória de superação.
Estava acompanhado de músicos de sua orquestra, as Bachianas, que levaram para o sambódromo os instrumentos com que trabalham. Teve até coreografia diante da “paradinha” da bateria.
– Eu pensei que não sentiria a mesma emoção daquele dia no Carnegie Hall, quando vi na plateia pessoas com bandeiras do Brasil, mas hoje a emoção foi a mesma. Uma loucura – disse ele já na dispersão, referindo-se à apresentação que fez nos Estados Unidos em sua volta ao trabalho.
Com ritmistas da bateria usando roupa comum aos músicos clássicos, a Vai-Vai estampou fantasias e carros alegóricos com notas musicais e desenhos de teclas de piano. O preto e o branco foram cores dominantes no desfile, que começou por volta das 6h, com o dia raiando. O momento multicolorido ficou por conta dos integrantes da banda emo Restart, com os quatro integrantes usando calças justíssimas em tons
cítricos e até coletes de paetês. Os meninos vieram no chão, e alguns arriscavam samba no pé. Mesmo que grande parte da plateia já havia deixado o sambódromo, a agremiação conseguiu o que nenhuma outra escola conseguira. Levantou o público do começo ao fim.
Como abre-alas,escola levou para o Anhembi uma enorme réplica de piano, de onde saíam seres de longas pernas e braços, compondo também a comissão de frente. Como destaque no chão, outra homenagem a João Carlos Martins. Nani Moreira, que por dez anois saiu à frente da bateria da Mocidade Alegre sempre tocando um tamborim, desta vez “tocava” violino para o público.
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