13 de Julho – Dia mundial do Rock N’roll

rock-and-roll2Quando surgiu o rock n’roll? O que é exatamente o rock? Quem é o pai do rock? Todas estas perguntas são difíceis de responder, dada a quantidade de influências que cercam a história do rock. Mistura de música da elite com a música do povo, música de preto misturada com música de branco, uma salada de estilos definiu como rock n’roll aquela música agitada que embalou tantos jovens na década de 50 e até hoje possui seguidores fiéis – desde os admiradores do rock antigo, como os fãs de suas mais diversas variações e ramificações: o progressivo, o heavy metal, o punk rock, o hard rock, e por aí vai.

A imagem de rebeldia associada ao rock não é gratuita. Quando o estilo despontou, no início da década de 50, o mundo se deparava com a alegria do final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia. As pessoas queriam comemorar, principalmente nos Estados Unidos, que despontava como grande potência mundial.

Por outro lado, havia a pressão da Guerra Fria e a idéia de que, com o anúncio da explosão de bombas atômicas pela então União Soviética, era possível o “fim do mundo” a qualquer momento. Assim, aproveitar cada momento como se fosse o último era a ordem do dia. Daí para a idéia de rebeldia era um passo: para curtir a vida a qualquer preço, havia o prazer da transgressão, o fascínio pelas motos e pela alta velocidade, as festas intermináveis.

Bill Haley and his Comets, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis, Carl Pergkins, Fats Domino, Little Richard, The Beatles, Elvis Presley, entre outros, foram os primeiros nomes a arrastar multidões que ansiavam por um estilo de música jovem, moderna e dançante.

No Brasil, a cantora Nora Ney – da fase áurea do rádio e conhecida como “rainha da fossa” – foi quem curiosamente cantou o primeiro rock em português. Mas o fenômeno do rock mesmo só começou com os irmão Tony e Celly Campelo. Depois, era a vez da Jovem Guarda, de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, inspirados nos Beatles, os meninos de Liverpool.

Na década de 70, destacou-se Raul Seixas; nos dez anos seguintes, foi a vez do boom do rock nacional com Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Engenheiros do Hawaii, Blitz, Barão Vermelho, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Titãs e Paralamas do Sucesso. Na música solo, destaque para Cazuza, Marina Lima, Lulu Santos, Rita Lee, Lobão, entre outros.

Um pouco de História

A origem do rock n’roll se encontra no blues, a quem deve a estrutura rítmica e melódica. O blues, criado pelos negros trazidos da África para trabalhar nas plantações de algodão nos Estados Unidos, no início do século XX, nasceu dos cantos dos escravos, geralmente cheios de tristeza e saudade de sua terra natal. Não é à toa que recebeu o nome de blues, que em inglês significa melancolia e tristeza.

Na época, o estilo musical mais popular era o jazz, “música branca” baseada na improvisação e com ênfase nos instrumentos de percussão e sopro. O blues apareceu como alternativa: era a expressão da música negra.

Outro ingrediente entrou na mistura que daria no rock. Tratava-se da música gospel, característica das igrejas evangélicas, com um toque de blues e mensagens para o povo oprimido. O ritmo country também contribuiu para a consolidação do rock – principalmente no que se refere à definição do nome para o estilo musical, graças ao radialista Alan Freed.

Gíria dos negros norte-americanos que faz alusão ato sexual e está presente em muitas letras de blues, a expressão rock and roll foi usada por Alan para difundir o novo gênero musical que começara a se disseminar.

Em 1951, Allan lançou o programa de rádio “Moon Dog Show”, mais tarde rebatizado de “Moon Dog Rock and Roll Party”, ao mesmo tempo que promovia festas com o mesmo nome. Tudo para difundir o novo gênero.

Rei das Multidões

Sam Phillips, dono da gravadora Sun Records, de Memphis, no estado de Tenessee (EUA), sentindo a força do novo ritmo musical que surgia no mercado radiofônico, disse a célebre frase em 1954: “Se eu achasse um branco de alma negra, eu ganharia um milhão de dólares”. Ele não ganhou, mas achou Elvis Presley – um dos ídolos do rock mundial que até hoje angaria fãs.

No mesmo ano, precisamente em 5 de julho, Elvis Aaron Presley, um caminhoneiro, entrava nos estúdios da gravadora de Sam para gravar “That’s all right” do cantor de blues Arthur “Big Boy” Cradup.

Dois dias depois, a música tocava pela primeira vez numa rádio e, no dia 19, Elvis lançava seu primeiro compacto.

Nascido em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississipi, Elvis se mudou com a família para Memphis, onde iria se iniciar na carreira de cantor.

Após o sucesso da música “That’s all right”, ele foi contratado pela RCA, um dos gigantes da indústria fonográfica, em 1955. No repertório, blues e country davam o tom. E no palco, movimentos pélvicos seriam sua marca registrada, levando as fãs ao delírio e caindo como uma luva para o apelido “Elvis – the pelvis”.

Em 1956, ele estreou no cinema, como o galã do faroeste “Ama-me com ternura”. Além de atuar, canta um dos seus maiores sucessos: “Love me Tender”, inspirado numa melodia de 1861 e lançado pouco antes do filme.

Em agosto de 1977, Elvis vem a falecer em decorrência de uma arritmia cardíaca, em sua mansão, conhecida como Graceland, localizada em Memphis. Desde então, 16 de agosto é considerado o Dia Nacional de Elvis, sempre muito comemorado nos Estados Unidos.

Curiosidades do rock

O que os rockstars faziam antes da fama? Chuck Berry foi cabelereiro; Deborah Harry (Blondie) foi garçonete de um clube da Playboy; Duff McKagan (Guns N’Roses) chegou a roubar carros; Elvis Presley foi motorista de caminhão; Phil Collins foi ator de teatro infantil; Sting foi leiteiro e professor; Van Morrison foi limpador de janelas; Joe Cocker foi encanador; Jimi Hendrix foi paraquedista no exército.

O álbum “Ummagumma” do Pink Floyd foi editado com várias capas diferentes ao redor do mundo; entretanto, para se perceber tais diferenças é necessário ser um observador atento, pois elas ocorrem na foto da capa, com os músicos aparecendo em posição diferente, e num pequeno quadro que está na parede.

Inicialmente “Festa de Arromba”, o mais importante programa musical dos anos 60, terminou por chamar-se “Jovem Guarda”, por sugestão do publicitário Carlito Maia, da MM&P. O novo nome foi extraído de uma frase do revolucionário soviético Lenin: “O futuro pertence à Jovem Guarda porque a velha está ultrapassada”. Apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, a idéia original era ter ao lado de RC a “rainha do rock” Celly Campello, que não aceitou retornar à vida artística. O programa entrou no ar em 1965, aos domingos à tarde, substituindo a transmissão ao vivo dos jogos do Campeonato Paulista de Futebol.

Sobre a lápide de Jim Morrison está escrito “Kawa Ton Aaimona Eaytoy”. A inscrição em grego significa “queime seu demônio interior”.

O Made in Brazil é, sem dúvida, a banda que mais variou de formação até hoje, pois ao longo de seus mais de trinta anos de carreira, já passou por mais de 150 formações diferentes!

O álbum que possui o título mais comprido – pelo menos na história do Rock – é o de estréia do Tyranossaurus Rex, banda de Marc Bolan que duraria até 1970, ano em que Bolan montaria o T.Rex, que ao contrário do que muitos pensam, não se trata de uma continuação do grupo anterior. O nome do disco é “My people were fair and had sky in their hair, but now they’re content to wear stars on their brows”.

Cláudio César Dias Baptista, irmão mais velho de Arnaldo e Sérgio Baptista do Mutantes, construiu no final da década de 60 uma guitarra revestida de ouro, ao qual deu o nome “Guitarra Régulus Modelo Raphael”, em homenagem a Raphael Vilardi, guitarrista que participou do primeiro compacto do Mutantes, quando então se chamavam “O’Seis”. Como se não bastasse as inovações técnicas que implementou, Cláudio decidiu gravar nela uma “maldição”, onde estava escrito que se alguém desrespeitasse o instrumento, levando-o consigo sem a permissão do legítimo proprietário, esta pessoa seria perseguida pelas forças do Mal, até que a guitarra voltasse ao seu dono. Mais tarde, a guitarra acabou sendo roubada, e foi parar na mão de um indivíduo que, quando se deparou com a “maldição”, mais que depressa se apressou em reencaminhá-la de volta ao seu criador.

Patrick Moraz, tecladista do Yes, tocou na gravação original de “Avohai” de Zé Ramalho, que conta ainda com a participação de Sérgio Dias Baptista na guitarra.

Quando de sua primeira passagem pelo Brasil em 1975, Rick Wakeman teve uma audiência com o então Presidente Médici, que solicitou ao tecladista que incluísse no set list daquela noite músicas de seus três principais discos, pois os filhos do Presidente só poderiam ir a um show da turnê brasileira.

Após uma apresentação do Led Zeppelin em 18 de agosto de 1969 na cidade de Toronto, no Canadá, a banda decidiu fazer um set acústico do lado de fora do clube! Entretanto, como ainda não eram muito conhecidos, praticamente ninguém reparou naqueles cabeludos que tocavam na calçada…

No álbum “O Último Solo” de Renato Russo há algumas músicas em inglês, gravadas originalmente para entrar no álbum “The Stonewall Celebration Concert”, mas que ficaram de fora pois a fábrica que produziu os discos, naquela época, simplesmente não tinha como fabricar CDs com mais de 70 minutos de duração.

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